O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), lançou nesta quarta-feira (09/12) uma frente formada por seis partidos para tentar eleger o sucessor para o comando da Casa no ano que vem. A articulação ocorre depois que o líder do centrão, deputado Arthur Lira (PP-AL) lançou sua candidatura.
Além do DEM, o bloco de Maia conta com o apoio do PSL, MDB, PSDB, CIDADANIA e PV, somando 157 deputados. A ideia é apresentar um nome para a disputa até o final desta semana. Entre os cotados, estão os deputados Baleia Rossi (MDB-SP), Elmar Nascimento (DEM-BA) e Luciano Bivar (PSL-PE).
Mais cedo, Rodrigo Maia destacou que o candidato do seu grupo terá compromisso com uma agenda econômica, “e não com uma pauta armamentista, de costumes, de desrespeito ao meio ambiente, que dividirá a sociedade e atropelará as minorias”. Com a ofensiva, o democrata busca demarcar território e colar em Arthur Lira a imagem de candidato do presidente Jair Bolsonaro para, segundo o deputado do DEM, impor uma pauta retrógrada.
"Cada um vai defender um caminho. Hoje, eu vi na imprensa que o candidato do Bolsonaro defende votação dos projetos de costumes. Eu discordo, tanto discordo que não pautei e tenho certeza que o meu candidato terá um compromisso muito maior no campo da agenda econômica do que no enfrentamento de uma pauta de dividir a sociedade e de atropelar as minorias. Cada um tem um caminho. O caminho do governo, certamente, será esse", disse.
Lira ameniza discurso
Tentando desvencilhar-se da imagem de candidato do governo, o deputado Arthur Lira disse que apostará no diálogo com todos os grupos. “Vamos adotar o diálogo com todos, minoria, oposição e governo. O plenário depende dos partidos de centro e é essa força que evita os extremos e sempre tocou essa Casa”, prometeu o parlamentar.
A candidatura de Lira conta com a chancela de oito partidos. Juntos, PL, PSD, Solidariedade, Avante, PSC, PTB, PROS, Patriota e PP somam cerca de 170 deputados.
Tanto Lira quanto Maia tentam conquistar o apoio dos partidos da oposição, como PT, PSB, PDT, PCdoB e PSOL. Juntos, essas legendas somam mais de 130 deputados e serão essenciais para que uma das candidaturas obtenha a maioria em plenário. A eleição para a presidência da Câmara será em 1º de fevereiro de 2021.