O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), lançou, nesta segunda-feira (07), um livro com um olhar sobre os problemas sociais que atingem o Brasil. Na publicação Sem Data Vênia - um olhar sobre o Brasil e o mundo, da Editora Intrínseca, o magistrado escreve para o público em geral e não especificamente para a comunidade acadêmica.
Na obra, Barroso trata das desigualdades que atingem o país e aborda ainda um tema contemporâneo: a polarização político-partidária que domina a sociedade desde 2014. Entre os recortes dentro do tema está a perda de representação dos partidos.
Barroso, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é conhecido no Supremo por seus discursos que denunciam desigualdades e injustiças durante os julgamentos. "É um imenso prazer de tirar algum tempo e revisitar minhas próprias ideias e minha própria vida. O livro é dividido em três partes, sendo uma primeira biográfica, que narra minha história desde Vassouras até meus estudos nos Estados Unidos e até chegar ao Supremo", disse Barroso na live de lançamento do livro.
"Na segunda parte olho para o mundo, como as grandes questões contemporâneas, como a revolução tecnológica e como ela mudou a nossa vida, e nós estamos às vésperas da quarta Revolução Industrial... Falo da crise da democracia e da recessão democrática que atinge muitos países e essa soma preocupante de populismo e conservadorismo radical e autoritarismo", completou o ministro.
No trecho dedicado à vida nacional, o ministro trata de assuntos como a desigualdade e o papel do direito para resolver problemas. Ele defende que os juristas atuem além da teoria e aproveitem resultados práticos para tomar decisões. "Na terceira parte falo do Brasil e discuto basicamente as ideias que estão por trás dos meus votos no Supremo Tribunal Federal em matéria de política, em matéria de costumes, de economia, em matéria de direito. A vida jurídica não é feita só do conhecimento de leis", afirmou.
A obra também aborda fatos históricos vividos por Barroso, como o atentado do Rio Centro, o movimento das Diretas Já e a morte do jornalista Vladimir Herzog, assassinado pelos militares durante a ditadura.