Declaração

'Empresário no Brasil, via de regra, é babaca', diz Arthur do Val

Na conversa com Rafinha Bastos, Arthur disse ainda que, depois do resultado da eleição, passou a se sentir "respeitado"

Derrotado no primeiro turno da eleição para prefeito de São Paulo neste ano, o deputado estadual Arthur do Val - Mamãe Falei (Patriota) afirmou que empresário no Brasil é, via de regra, "babaca". A declaração foi dada em conversa no canal do comediante Rafinha Bastos no Youtube.
Questionado sobre ter aparecido com 1% das intenção de voto nas primeiras pesquisas, Arthur afirmou que isso atrapalhou a captação de recursos para a campanha. Ele terminou o primeiro turno em quinto lugar, com 9,78% dos votos válidos. "Não fui levado a sério pelos empresários. Empresário no Brasil, via de regra, é babaca. Direitista tem mania de tratar empresário como herói e a esquerda trata como vilão."
Depois da declaração, Arthur foi interpelado pelo comediante: "Como você fala isso? Daqui quatro anos, você vai precisar dos caras". Arthur continuou: "Não tem problema. Eu sempre falei a real. O empresário não é vilão e não é herói. O empresário quer ganhar dinheiro e investir no que dá certo", disse. "Infelizmente no nosso País, não temos histórico de ativismo, de o empresário e da elite fazer parte da eleição. Aqui, (se você) doa para campanha, você é considerado trouxa, o que não é certo. Trouxa é pagar imposto compulsoriamente para financiar campanha de todo mundo, que você não acredita."
Arthur recebeu mais de R$ 986 mil em doações para fazer campanha; mais da metade disso (R$ 542,6 mil), via financiamento coletivo, de acordo com o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A maior doação de pessoa física foi no valor de R$ 50 mil, feita por Marcos Aurélio Basso. Jorge Mitre e Eric Philip Hime doaram R$ 30 mil.
"Não usamos fundo eleitoral, temos que buscar grana com quem tem. Você chega lá e se apresenta, o cara gosta e diz 'senta lá que eu te ligo'. Vai dar o quê para o cara de 1%? Cinco mil. Aí, chega no Bruno Covas (PSDB, prefeito reeleito) e doa R$ 100 mil, R$ 200 mil. O que aconteceu comigo foi isso". Rafinha comentou: "Ele quer investir em quem vai ter possibilidade de ganhar para depois bater na sua porta quando precisar". "Exatamente", respondeu o deputado.
Minutos após a declaração sobre o empresariado, Arthur afirmou: "O brasileiro é muito trabalhador. É empreendedor e não aproveitamos esse potencial. Quando vem alguém de fato para mostrar um projeto que para em pé e tem coerêcia, começa a dar liga. Acho que a gente vai mudar o País. Nós, brasileiros de bem."
Na conversa com Rafinha, Arthur disse ainda que, depois do resultado da eleição, passou a se sentir "respeitado". "Perdi muito voto para (Márcio) França (PSB) e (Celso) Russomanno (Republicanos) porque achamavam que eu não tinha chance".