COVID-19

Deputada diz que vacina pode 'afetar DNA' e é corrigida por especialistas

Após afirmar em seu Twitter que vacina contra covid-19 pode causar alterações genéticas, Bia Kicis (PSL-DF) é contestada por epidemiologistas

A deputada federal Bia Kicis (PSL) fez uma publicação controversa em seu perfil no Twitter, na quarta-feira (2/12). Sem apresentar provas ou embasamentos científicos, a parlamentar afirmou que as vacinas contra a covid-19 são experimentais e que “trazem inovações desconhecidas em seres humanos”, citando como exemplo as vacinas 'NRA' que, segundo a deputada, “podem afetar o DNA”.

Logo em seguida, a informação foi corrigida por especialistas na rede social:

As vacinas ‘NRA’ citadas por Kicis, na verdade, são as vacinas de RNA mensageiro, fabricadas pela Pfizer e pela Moderna, que não alteram o DNA ou causam qualquer tipo de alteração no material genético humano.

Em outra postagem, a própria deputada reconhece não saber "o que é real ou não" sobre o tema:

Procurada pela reportagem, Bia Kicis disse, em nota, que é a favor de que a vacinação seja facultativa: "Falamos aqui de um produto experimental. Ninguém é obrigado a se submeter a tratamento experimental. É muito diferente das vacinas contra sarampo e caxumba, que são obrigatórias por serem atestadas e necessárias no nosso contexto social. Não somos cobaias".

Confira a nota da deputada na íntegra:

"O projeto 4506/20, de minha autoria, retira a vacina contra a covid-19 da lista de medidas que o estado pode tornar obrigatório. Falamos aqui de um produto experimental. Ninguém é obrigado a se submeter a tratamento experimental. É muito diferente das vacinas contra sarampo e caxumba, que são obrigatórias por serem atestadas e necessárias no nosso contexto social. Não somos cobaias.

Falamos, aqui, de produtos que demoraram mais de 10 anos para terem sua eficácia comprovada. Sem uma janela de tempo razoável, não podemos prever os efeitos colaterais que uma vacina insegura pode causar. Os resultados podem ser desastrosos.

O Código Civil prevê que ninguém precisa de submeter a tratamento que coloque sua vida em risco. Por isso, sou a favor de que a vacina seja opcional. E não há que se falar em danos coletivos ou falta de responsabilidade com o próximo, porque, se você tomar a vacina e ela te proteger, o fato de outra pessoa não tomar não te coloca em risco.

Repudio toda forma de tirania. Em nome de se fazer o bem ao povo tem-se perpetrado as maiores arbitrariedades."

*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão

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