RIO DE JANEIRO

STJ concede prisão domiciliar para Crivella; prefeito usará tornozeleira

Crivella chegou a ficar no presídio de Benfica após manutenção da prisão pelo TJ-RJ no início da noite desta terça-feira (22/12)

Ronayre Nunes
postado em 22/12/2020 22:33 / atualizado em 22/12/2020 22:44
 (crédito: Tania Rego/Agencia Brasil )
(crédito: Tania Rego/Agencia Brasil )

Na noite desta terça-feira (22/12), o presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, decidiu pela prisão domiciliar de Marcelo Crivella (Republicanos) — prefeito afastado do Rio de Janeiro, preso durante a manhã. Segundo a decisão, Crivella terá de usar tornozeleira eletrônica.

Pouco antes das 20h, Crivella havia chegado ao presídio de Benfica, após uma audiência de custódia conduzida pela desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, no fim da tarde desta terça-feira, em que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) manteve a prisão temporária do prefeito. Crivella chegou ao presídio por volta das 20h.

Para Martins, a prisão domiciliar deve ser aplicada por conta da pandemia de covid-19.

Entenda o caso

O prefeito do Rio de Janeiro foi preso na manhã desta terça em uma operação policial em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). O prefeito foi detido em casa, no bairro da Península, na Barra.

A prisão foi cumprida dentro da Operação Hades, que investiga supostos pagamentos de propina na Prefeitura do Rio, considerada um "QG da Propina" na cidade.

Além de Marcelo Crivella, também foram presos o empresário Rafael Lopes e delegado aposentado Fernando Moraes. O ex-senador Eduardo Lopes, também do Republicanos, está sendo procurado pela polícia. Ele não foi encontrado no endereço residencial. Lopes era o suplente da vaga de Crivella no Senado e foi secretário estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do governo Wilson Witzel.

As investigações indicam que empresas que tinham interesse em fechar contratos ou tinham dinheiro para receber do município e entregariam cheques para o empresário, irmão de Marcelo Alves, então presidente da Riotur. Em troca, Rafael facilitaria a assinatura dos contratos e o pagamento das dívidas.

Ao chegar na delegacia, por volta das 7h da manhã, Crivella chegou a falar com a imprensa. "Fui o prefeito que mais combateu a corrupção na prefeitura do Rio de Janeiro", comentou, dizendo ainda que espera por "justiça".

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