De uma lista que contava com mais de seis nomes, agora, apenas Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP) estão no páreo para receberem o aval de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à eleição da Presidência da Câmara. Os parlamentares estiveram reunidos, ontem, com o bloco formado por DEM, MDB, PSL, PSDB, Cidadania e PV, mas não chegaram a uma definição.
Os dois deputados apontados como preferidos por Maia são aliados de longa data dele. Ribeiro, por exemplo, foi designado relator da reforma tributária. Já Rossi, líder e presidente do MDB, foi escolhido como relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária.
Na avaliação do bloco, tanto Ribeiro quanto Rossi são os dois nomes que podem conseguir o apoio dos partidos de oposição. Siglas como PDT, PSB, PCdoB, PSol e PT somam mais de 130 deputados e são essenciais para que algum candidato consiga maioria para as eleições da Casa. Agora, Maia pretende se reunir com esses partidos para avaliar a aceitação dos dois nomes.
Entretanto, a indefinição sobre um candidato também ocorre por causa de questões internas dos partidos de ambos. Filiado ao PP, Ribeiro é do mesmo partido do líder do Centrão e candidato adversário do grupo de Maia, Arthur Lira (AL). O parlamentar confirmou a entrada na corrida eleitoral e tem apoio do governo Jair Bolsonaro.
Conforme apurou o Correio, parlamentares dizem existirem sinalizações de que o chefe do Executivo poderia se filiar ao PP no próximo ano. Por isso, caso Ribeiro ganhasse a disputa pelo comando da Câmara, o partido poderia influenciar na pauta para favorecer o governo. Nas articulações, Maia sempre defendeu que o seu candidato vai garantir a independência da Casa em relação ao Executivo.
Ribeiro é considerado um parlamentar conciliador e moderado, que transita bem em todas as bancadas, inclusive na petista. Na outra ponta, Rossi pode ser derrubado por causa da disputa pelo comando do Senado. O partido tem a maior bancada de senadores e, como o impedimento de reeleição de Davi Alcolumbre (DEM-AP), os emedebistas querem assegurar a direção da Casa. Os líderes partidários não querem entregar as presidências da Câmara e do Senado para o mesmo partido.
Além disso, pesa contra Rossi o fato de ele ter defendido o impeachment de Dilma, o que causa resistência por parte do PT. A sigla tem a maior bancada da Câmara, com 54 deputados.
Oposição
Enquanto o grupo de Maia segue sem consenso sobre um candidato, os partidos de oposição vão tentar, hoje, definir seu futuro. Cortejados por Lira, PT e PSB afirmaram que não iam embarcar na candidatura do líder do Centrão, pois ele era apoiado pelo Planalto.
O PT deve apoiar, a princípio, o candidato do PSol. O partido, que conta com 10 deputados, sempre lança candidatura própria, mesmo com poucas chances de vitória. A tática é conhecida como “candidatura de oportunidade”, quando um nome da sigla está no processo apenas para participar do debate e conseguir levantar as bandeiras da sigla. Por isso, o PT poderá embarcar na jogada do PSol e só apoiar um nome de Maia em um eventual segundo turno. Para se eleger, um candidato precisa ter ao menos 257 votos.
Já PCdoB e PDT tendem a fechar com o nome que tiver a bênção de Maia. Na última semana, a líder do PCdoB, Perpétua Almeida (AC), afirmou que o partido jamais apoiaria Lira, por ele ser o “candidato do Bolsonaro”. Por sua vez, integrantes da Executiva Nacional do PDT, como Ciro Gomes, e o presidente da sigla, Carlos Lupi, sinalizaram que apoiam o nome do democrata.
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