Brasília-DF

O pós-eleição

Conhecido o resultado de hoje, a política passa à próxima fase do jogo rumo a 2022, a pré-campanha para presidente da Câmara. Vitoriosos nas urnas, PSDB, DEM e MDB caminham para uma união nessa próxima disputa e a construção é vista com um ensaio para projetos futuros. Obviamente, a um ano e oito meses da abertura oficial da campanha presidencial, ninguém fala em nomes e nem é o caso agora. O objetivo é reunir forças e deixar o diálogo aberto a outros, como o Cidadania, PSB, PDT e Rede, por exemplo. Afinal, quanto mais partidos estiverem juntos, melhor para evitar o sucesso eleitoral dos extremos em 2022 — leiam-se como extremos Jair Bolsonaro, à direita; e o Psol/PT, à esquerda.

Essa construção na Câmara, portanto, tem problemas, porque PSDB, DEM e MDB, juntos, não conseguem. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deixou que os partidos de centro escolhessem um candidato e ele apoiaria. A esquerda tem a mesma expectativa. Nesse caso, não será difícil Maia terminar como o único capaz de conseguir unir todos os grupos.


A quem serve

Com a prisão do hacker em Portugal e as ações no Brasil, a Polícia Federal passa, agora, a mapear as ligações da quadrilha com a política brasileira. Essa novela está apenas começando.


Ponto para Arthur Lira

Se o deputado JHC (PSB-AL) sair vitorioso, hoje, na disputa pela prefeitura de Maceió, o líder do PP, Arthur Lira, pode contar alguns votos em sua campanha para presidir a Câmara dos Deputados. O apoio do terceiro colocado, Davi Davino Filho (PP), a JHC foi considerado crucial para lhe garantir uma boa colocação neste segundo turno contra Alfredo Gaspar, o candidato da família Calheiros.


As contas de Bolsonaro

Fechadas as urnas, hoje, o governo fará uma radiografia dos partidos de centro que podem virar potenciais aliados do presidente mais adiante e tratar de atrair esse grupo. É o jeito de tentar montar um time para 2022, antes mesmo de o presidente Jair Bolsonaro escolher um partido.


Aposta eleitoral

Política não é uma ciência exata e, com base nisso, os governistas calculam que, se Bolsonaro estiver bem daqui a um ano e meio, a maioria dos prefeitos vitoriosos neste pleito, de partidos de centro, apostará na sua reeleição, independentemente de legenda.


Me dê motivo

Uma das razões apontadas pelos deputados para o Congresso não trabalhar em janeiro é a falta de pagamento por sessões extraordinárias. A do Centrão ligado a Arthur Lira é não dar palco para Rodrigo Maia, no último mês do demista como presidente da Câmara.


CURTIDAS

Serviço da hora/ Desde ontem, as equipes dos candidatos que concorrem neste segundo turno estão dedicadas a identificar notícias falsas espalhadas, em especial, por WhatsApp, considerada a rede social mais suscetível a esse tipo de crime.

Em modo avião/ O governo que não espere muito de Davi Alcolumbre (DEM) nesta primeira semana pós-segundo turno Brasil afora. A prioridade do presidente do Senado é a eleição em Macapá, no próximo domingo.

Sambinha de uma nota só/ No debate para prefeito do Rio de Janeiro, as respostas de Marcelo Crivella (Republicanos) ao adversário Eduardo Paes (DEM) foram todas acompanhadas da tentativa de associar Paes ao presidiário Sérgio Cabral. É o que resta ao prefeito/candidato para tentar virar o jogo, depois de uma administração que, se as pesquisas estiverem corretas, será reprovada, hoje, por larga maioria do eleitorado carioca.

O inimigo do meu inimigo.../ O senador Renan Calheiros (MDB-AL) acompanha a eleição em Maceió com um olho na Presidência da Câmara. Se JHC vencer, fará tudo o que estiver ao seu alcance para evitar que Arthur Lira conquiste a Presidência da Câmara.

Enquanto isso, no Parlamento.../ O Legislativo está a praticamente três semanas do recesso. E só volta para valer em fevereiro. Para esta reta final, apenas medidas provisórias, como o projeto da BR do Mar e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).