O Ministério Público de São Paulo denunciou à Justiça nesta quinta-feira, 26, o vereador paulista Adilson Amadeu (DEM), eleito para o quinto mandato nas eleições municipais deste ano, por discriminação à raça judaica.
A representação, assinada pelo promotor Paulo Rogério Costa, foi ensejada por uma mensagem de áudio que teria sido enviada pelo parlamentar em um grupo de WhatsApp.
"É uma puta duma sem vergonhice, que eles querem que quebra todo mundo, pra todo mundo fica na mão, do grupo de quem? Infelizmente também os judeus, quando eu até to até respondendo um processo, porque quando entra Albert Einstein, grupo Lide é que tem sem vergonhice grande, grande, sem vergonhice de grandeza, de grandeza que eu nunca vi na minha vida (sic)", diz o trecho da mensagem de voz atribuída ao vereador e incluída na denúncia.
Para a Promotoria, fica evidente menosprezo à etnia judaica, caracterizando clara discriminação/preconceito em face desta etnia. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Federação Israelita do Estado de São Paulo são representadas nos autos pelos advogados Daniel Leon Bialski e Victor Bialski.
"As frases são discriminatórias e devem ser repudiadas pela sociedade, que não mais tolera atitudes como essa", diz Bialski.
Essa não é a primeira vez que Amadeu dá uma declaração antissemita. Em dezembro do ano passado, durante uma sessão na Câmara Municipal, ele chamou o colega Daniel Annenberg (PSDB) de "judeuzinho filho da p?" enquanto os parlamentares decidiam se colocavam ou não em votação um projeto de lei de sua autoria.
A reportagem busca contato com o vereador. O espaço está aberto para manifestação.