A abstenção ficou em 23,14% nas eleições municipais. O índice é bem abaixo das estimativas feitas pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, que esperava que até 35% da população não fossem às urnas. O alto percentual foi pensado, levando em conta o cenário de pandemia, com 165,6 mil mortos e um acréscimo no número de vítimas fatais e de contaminados pelo coronavírus. Barroso chegou a se justificar e dizer que uma abstenção semelhante só poderia ser comparada com outro cenário de pandemia, o que não aconteceu recentemente, e que se 65% dos brasileiros fossem às urnas, seria uma “vitória da democracia”.
Já perto da meia-noite, porém, Barroso agradeceu aos eleitores. “Os níveis de abstenção foram inferiores a 25%. Em plena pandemia, tivemos um índice de abstenção pouca coisa superior ao das eleições passadas. Queria cumprimentar de coração o eleitorado brasileiro que compareceu em massa às urnas”, afirmou. O número de votos brancos ficou em torno de 3,9 milhões, e os nulos ficaram, aproximadamente, em 7,02 milhões. Analistas políticos também esperavam uma alta abstenção provocada pela pandemia. O resultado, portanto, surpreendeu a todos.
Tráfego
Eleitores que não estavam em seus municípios de origem, no entanto, enfrentaram dificuldades em justificar o voto. Isso ocorreu por conta da alta no tráfego de informações no aplicativo e-título. Os problemas com o programa ocorreram para os candidatos que usaram o aplicativo para encontrar a zona eleitoral de um colégio, e, em parte, para os que tentaram justificar a ausência pelo dispositivo, que faz a leitura georreferenciada do smartphone para validar o pedido. Ainda assim, 500 mil eleitores conseguiram usar a ferramenta.
O aplicativo também apresentou problemas na função que ajudava o eleitor a encontrar a zona eleitoral. Barroso minimizou as dificuldades e argumentou que as alterações ocorreram todas nos mesmos endereços das seções. Ninguém precisou se dirigir a outra localidade. Além disso, não houve registro de falhas para a principal função do programa, que é servir como título eleitoral para os usuários.