Um defeito no hardware no supercomputador que contabiliza os dados de votações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) causou lentidão no sistema e, consequentemente, na contagem total de votos enviados pelos demais tribunais regionais eleitorais. O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, destacou que o incidente não traz questionamentos sobre a lisura do processo, pois as urnas funcionam fora da rede e, posteriormente, a transmissão das informações dos TREs ocorre por uma rede fechada.
Por último, explicou, os resultados do pleito deste domingo (15/11), são verificáveis nas zonas eleitorais, nos TREs e com os partidos, que também recebem os resultados de cada urna.
Barroso falou por volta de 20h30, garantindo que o órgão já tinha recebido, até então, 96% dos resultados dos estado; e que 77% já tinham sido totalizados. "Houve um atraso na contabilização. Mais nada", ressaltou.
O ministro disse "não ter simpatia" pela medida da centralização da totalização dos votos, mas que qualquer iniciativa seria tomada após a solução do problema. O TSE opera com apenas dois dos três servidores, pois um deles está sendo reservado para o backup em caso de ataque hacker bem sucedido. O ministro admitiu que a redução no número de servidores pode ter interferido e causado o defeito no hardware do supercomputador.
Abstenções
Sem a falha, a contabilização dos votos teria terminado no meio da noite. Ainda que não tenha os resultados finais, o ministro afirmou que as abstenções podem chegar a 35%. O ministro lembrou que a expectativa de aumento no número se justifica pela pandemia. "É preciso ter em conta que essa eleição correu em meio à pandemia. Uma comparação justa teria que ser feita com outra pandemia. Não temos essa referência. Imagino que estejamos em torno de 30% das abstenções, talvez um pouco mais. Ainda assim, para uma eleição em que as consequências do comparecimento forem pequenas se tivermos 65% de comparecimento em meio à pandemia, acho que a democracia sairá fortalecida", disse.
O ministro ressaltou que o fato de o resultado sair no meio da madrugada é um inconveniente e pode causar angústia. Mas destacou que os votos são verificáveis, que ainda há tempo para o segundo turno e que a posse só ocorrerá em 1º de janeiro.
Questionado sobre teorias da conspiração, Barroso afirmou que não tem controle sobre o imaginário de outras pessoas, e que o sistema nunca apresentou problemas de credibilidade. Afirmou, ainda, que as fake news fazem parte da realidade e que ele pretende dar a elas "a atenção que merecem".
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