O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, admitiu, nesta quarta-feira (11/10), que a questão relativa ao desenvolvimento das vacinas contra a covid-19 está politizada. "Infelizmente, vocês sabem bem, essa questão está toda politizada. Aí fica 'é do lado A, é do lado B'. Acho que isso não é bom", disse a jornalistas.
Os testes da CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o instituto Butantan, foram suspensos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última segunda-feira (09/11). Mas, ainda na manhã desta quarta-feira, a Anvisa recuou e anunciou a autorização para a retomada dos testes.
A suspensão tinha sido comemorada pelo presidente Jair Bolsonaro, que considerou uma vitória pessoal sobre o governador João Doria e levantou desconfianças sobre o aparelhamento político da Anvisa. O presidente é um crítico da CoronaVac, tendo desautorizado o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, depois que ele anunciou a compra de 46 milhões de doses. Na ocasião, chamou o imunizante de "vacina chinesa" do governador de São Paulo. O cerne da resistência do presidente é justamente o tucano, que é visto como possível adversário para 2022.
Mourão ainda afirmou: "Na minha visão, a Anvisa tomou a atitude correta, dentro da responsabilidade dela. Uma vez que se esclarecer que realmente o rapaz que, infelizmente, veio a óbito era suicídio, e que o suicídio não tinha nada a ver com alguma consequência psicológica por causa da vacina, retoma-se os testes, como aconteceu com a outra de Oxford. O que não pode é politizar".