O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, retrucou as críticas do candidato à presidência dos Estados Unidos Joe Biden, que, em entrevista publicada no último fim de semana, disse que, caso eleito, vai "reunir o mundo" contra o Brasil para garantir a proteção da Amazônia. Segundo Mourão, antes de qualquer atitude contra o Brasil, Biden deveria se preocupar com a política ambiental dos próprios EUA.
"Pode ser que a equipe do Biden tenha uma ação mais incisiva. Mas vamos lembrar que os Estados Unidos estão entre os países que mais emitem gás carbônico no mundo. Então, primeiro eles têm que resolver os problemas deles, para depois virem para o nosso", ponderou o general, em entrevista à imprensa no Palácio do Planalto a manhã desta terça-feira (3/11), dia das eleições norte-americanas.
No fim de setembro, Biden já havia dito que, se vencer a corrida pela Casa Branca, ofereceria uma ajuda de US$ 20 bilhões ao Brasil para o combate à devastação da Amazônia. À época, ele também prometeu que, se derrotar Donald Trump, adotará sanções econômicas contra o Brasil se o governo brasileiro insistir em não proteger o bioma.
A fala dele foi reforçada em uma publicação da revista Americas Quarterly no fim de semana — o periódico fez uma entrevista com Biden em março, mas divulgou as respostas apenas nos últimos dias. Questionado se os Estados Unidos deveriam agir contra o Brasil caso o país não proteja a Amazônia, Biden prometeu jogar duro.
"Os incêndios que se espalharam pela Amazônia no verão passado (inverno no hemisfério sul) foram devastadores e provocaram uma reação global, com clamor para parar com a destruição e apoiar o reflorestamento antes que seja tarde demais. O presidente Bolsonaro precisa saber que, se o Brasil falhar na sua tarefa de guardião da floresta Amazônica, o meu governo irá congregar o mundo para garantir que o meio ambiente esteja protegido", prometeu.