O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta sexta-feira (20/11) que o "povão" está mais imunizado e que o aumento de casos do novo coronavírus se deve aos ricos. A declaração foi feita a uma apoiadora na entrada do Palácio da Alvorada, após a mesma informar que um dos apoiadores presentes é médico e diretor do Hospital Paranoá.
O chefe do Executivo questionou: "Como é que está o negócio da covid, aumentou um pouquinho agora, por acaso?" O homem respondeu positivamente. O presidente então emendou:
"É o pessoal que ficou em casa. Com toda a certeza deve ser esse pessoal, né? E agora... não dá para ficar muito tempo, sai. E você pode ver, parece que é mais hospital particular que tá enchendo, né não?", voltou a perguntar.
O apoiador afirmou que sim. O presidente rebateu dizendo que a população no geral está imunizada contra o vírus e que os doentes agora são pessoas de maior poder aquisitivo. No final, no entanto, Bolsonaro recuou e disse que não teceria suposições, e que o assunto cabe ao Ministério da Saúde.
"A princípio, o indicativo é quem tem maior poder aquisitivo, não é isso? O povão mesmo parece que já está... (enfatizando) parece que já está mais imunizado, proporcionalmente. Parece... Mas eu não quero tecer suposições aqui. Deixo com o ministro da Saúde (Eduardo Pazuello) tratar desse assunto aí", concluiu.
"Frouxos"
No dia 18, o presidente Jair Bolsonaro chamou de "frouxos" aqueles em isolamento social e agradeceu ao povo do campo por conseguir manter o abastecimento de alimentos em meio à pandemia de covid-19, que já vitimou mais de 168 mil brasileiros e infectou mais de seis milhões.
Segundo o chefe do Executivo, caso a classe rural tivesse paralisado, o país sofreria com desabastecimento e fome. A declaração ocorreu nessa quinta-feira em Flores de Goiás, em Goiás, onde o mandatário participou da cerimônia de entrega de títulos de propriedade rural.
“Graças a vocês que estão aqui no campo, que não pararam, nós da cidade continuamos sobrevivendo. Se o 'fique em casa e a economia a gente vê depois' fosse aplicado no campo, teríamos desabastecimento, fome, miséria e problemas sociais. Parabéns a vocês que não se mostraram frouxos na hora da angústia, como diz a passagem bíblica”, apontou.
"Maricas"
No último dia 10, em meio ao crescimento dos casos do novo coronavírus no país, Bolsonaro disse que o Brasil "tem que deixar de ser um país de maricas" e enfrentar a doença. "Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio, pô. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas", recomendou.
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