O procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu uma investigação preliminar a fim de apurar se o presidente Jair Bolsonaro usou a máquina pública em defesa do filho, o senador Flávio Bolsonaro, acusado de ser o chefe de um esquema de "rachadinhas" supostamente montado no gabinete do parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
O procedimento mira uma reunião dos advogados do parlamentar com o chefe do Executivo e o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, e o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Alexandre Ramagem). A investigação preliminar foi descrita em uma resposta ao ministro Ricardo Lewandowski, que solicitou informações sobre o caso.
"A presente notícia-crime deu ensejo à instauração de Notícia de Fato no âmbito desta Procuradoria-Geral da República, a fim de viabilizar a apuração preliminar dos fatos narrados e suas circunstâncias, em tese, na esfera penal", escreveu Aras.
Corrupção na Receita
A revista Época revelou que na reunião, os advogados de Flávio pediram que o GSI e a Abin investigassem um suposto esquema de corrupção na Receita Federal, no Rio de Janeiro, que poderia ser utilizado para suspender as diligências contra o senador e anular o caso. No entanto, nada teria sido encontrado.
Em nota, o GSI confirmou o encontro, mas afirmou que o pedido não foi levado adiante. Aras destacou que se forem identificadas irregularidades, a Justiça será informada. "Caso, eventualmente, surjam indícios razoáveis de possível(is) prática(s) delitiva(s) por parte dos noticiados, será requerida a instauração de inquérito nesse Supremo Tribunal Federal", completou o procurador.
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