Os advogados do senador Flávio Bolsonaro protocolaram uma notícia-crime contra os jornalistas Willian Bonner e Renata Vasconcellos, apresentadores do Jornal Nacional, da Rede Globo. Na peça, os defensores do parlamentar alegam que a emissora veiculou, mesmo impedida pela Justiça, informações sobre a investigação que trata do esquema de rachadinhas, que teria sido montado no gabinete de Flávio quando ele era deputado da Assembleia Legislativa Estadual do Rio de Janeiro (Alerj).
A censura foi imposta à Globo pela juíza Cristina Feijó, da 33ª Vara Cível do TJ-RJ. A emissora recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Ricardo Lewandowski negou derrubar a decisão, de imediato, por não ser o foro competente. Mas, determinou que o caso seja julgado com celeridade pelo Tribunal.
O ministro afirmou que "considerada a relevância dos valores constitucionais envolvidos na presente demanda judicial, e tendo em conta o direito à razoável duração do processo, previsto no art. 5º, LXXVIII, da Constituição da República, determino à Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que julgue o mérito do agravo interposto pela reclamante na primeira sessão subsequente ao recebimento da intimação desta decisão".
Depoimento
A Globo levou ao ar o depoimento de Luiza Souza Paes, ex-assessora de Flávio, que confirma a existência das rachadinhas. De acordo com Luiza, ela nunca trabalhou na Alerj, mesmo sendo contratada.
A ex-assessora afirmou que repassava, todo mês, 90% do salário para Fabrício Queiroz, que é apontado como intermediário de Flávio para receber os valores recolhidos de funcionários fantasmas. O senador nega as acusações e se diz inocente.
Em nota, a Globo informou que pode "garantir que não houve descumprimento de ordem judicial".
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