Brasília-DF

O pulo de Paulo Guedes

Ao dizer que o imposto sobre transações eletrônicas não existe e, ao mesmo tempo, afirmar que não apoiará a desoneração da folha de pagamentos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deixou nos congressistas a sensação de que recorrerá à Justiça, caso o Congresso derrube o veto do presidente Jair Bolsonaro. “Está muito claro que ele é a favor da desoneração da folha, é da Escola de Chicago, mas se não conseguir receita compensatória, vai reclamar e o caminho para isso é a Justiça. Ficou a dica”, relata o senador Esperidião Amin (PP-SC) à coluna.

Cientes de que essa briga será longa, os líderes do governo tentarão evitar que a sessão do Congresso, da próxima quarta-feira, alcance o quórum para a derrubada do veto. Até aqui, tem muita gente no Poder Executivo dizendo que é melhor evitar esse confronto agora. Falta convencer os congressistas, que prometeram derrubar o veto e sabem que não há acordo para substituição de impostos, nem tampouco para novos tributos.

 

O esforço das Forças
As Forças Armadas estão dedicadas a separar as estações, o seu papel de Estado e o lado político do governo, do qual quer manter distância regulamentar. Quanto mais separados, melhor. Assim, se o país enfrentar dificuldades de ordem política ou econômica, ninguém poderá apontar o dedo para os militares de um modo geral.


O esforço do governo
Desde o artigo do ex-porta-voz da Presidência general Otávio Rego Barros, publicado no Correio, na última terça-feira, o governo deflagrou movimentos para mostrar que, até aqui, as Forças Armadas tiveram um bom tratamento do governo do capitão: ganharam orçamento, melhoria salarial e uma previdência mais palatável.


Blinda aí
Com a exoneração do filho do Pastor Everaldo do governo do Rio de Janeiro, o governador em exercício, Cláudio Castro, espera tirar seu gabinete da linha de tiro em que o PSC entrou, com a prisão do religioso. Aliás, o governador fará tudo o que estiver ao alcance para ficar distante das confusões de Wilson Witzel e do escândalo que levou Everaldo à prisão.


Enquanto isso, no Ceará…
A notícia da conversa entre Lula e Ciro Gomes foi vista pelos petistas como uma forma de o ex-governador neutralizar a gravação que o ex-presidente fez para a campanha de Luiziane Lins à Prefeitura de Fortaleza. Mais à frente, suspeitam os petistas, Ciro voltará ao “modo ataque” em relação ao Partido dos Trabalhadores. Eles não se esquecem de que, em 2018, Cid Gomes gritava para os partidários do ex-presidente “Lula está preso, seu babaca”.

 
Curtidas

Exército responde I/ A propósito da nota “quem cala...”, que mencionava a falta de posicionamento público do comandante do Exército, Edson Pujol, o Centro de Comunicação Social da Força mandou a seguinte nota: “O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o comandante Pujol não ofereceu qualquer posicionamento a interlocutores em relação ao artigo do ex-porta-voz da Presidência general Otávio do Rego Barros”.

Exército responde II/ A manifestação do Exército segue dizendo que “é oportuno reiterar a postura institucional do Comandante do Exército em manter-se focado exclusivamente nos temas inerentes à Força Terrestre. Nesse sentido, a opinião do ex-Porta-Voz da Presidência da República é de sua única responsabilidade na condição de militar da reserva. O Comando do Exército repudia veementemente esse tipo de ilação, que de modo algum colabora para o aperfeiçoamento das instituições democráticas”.

Pior dos mundos/ A brincadeira de Bolsonaro, chamando os maranhenses de “boiola”, por causa da cor rosa do guaraná Jesus, deixou mal os candidatos ligados ao governo. Numa região considerada machista, quem não achou a piada do presidente homofóbica está com receio de ter problemas para explicar que ele não quis ofender os políticos nem os eleitores.

Por falar em Bolsonaro.../ O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) conversava dia desses com um amigo, quando, de repente, sai-se com esta: “Não dá para conversar aqui. Tem gente olhando!” Como se tratava de uma varanda, com uma mata próxima, o amigo não entendeu. Flávio, então, rindo, apontou para as árvores: um tucano acompanha tudo.