A Polícia Federal informou que vai utilizar drones de alta tecnologia para fiscalizar crimes eleitorais, como boca de urna e transporte de eleitores nas eleições deste ano. De acordo com o diretor-geral da corporação, Rolando Souza, 100 equipamentos foram adquiridos para serem usados em 15 de novembro.
Os drones dispõem de câmeras de alta tecnologia, com capacidade para monitorar uma área de até 6 quilômetros. Alguns dos aparelhos custaram R$ 200 mil cada. "Compramos mais de 100 drones, alguns com custo de R$ 200 mil. São drones com câmeras de mais de 180 vezes de zoom, que nos permitem ver por 6 quilômetros. Eles não serão visuais pra quem está votando e têm condições de chegar à visão de centímetros", disse Rolando.
Os detalhes foram apresentados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira (27). Um plano de ação foi criado para uso dos equipamentos aéreos. A prioridade são locais com maior concentração de eleitores. A mesma prática deve ser realizada no segundo turno.
Sistema antifraude
O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que, além de coibir crimes no dia da eleição, a grande preocupação é reduzir o risco de contágio pelo novo coronavírus entre eleitores e mesários, e impedir fraudes em relação a candidaturas femininas.
Barroso destacou que será implementado um sistema para detectar candidaturas laranjas, que são apresentadas apenas para desviar recursos públicos. Essa prática foi identificada, especialmente, entre candidaturas femininas na última eleição. "A incompatibilidade dos recursos recebidos com os votos obtidos, essa é uma característica deste tipo de crime. (O combate à fraude) é uma medida pela igualdade da participação feminina. Defendemos o aumento da participação feminina por uma questão de política de gênero. Se mais da metade da sociedade são de mulheres, é natural que elas sejam maior parte de candidatos", disse o presidente do TSE.
Barroso destacou a competência de mulheres na gestão pública. "Os países que tiveram melhores resultados no enfrentamento da pandemia, por acaso ou não, eram governados por mulheres, como Alemanha e Nova Zelândia", completou Barroso, referindo-se às primeiras-ministras Angela Merkel e Jacinda Ardern, respectivamente.