Em encontro com apoiadores no Palácio da Alvorada nesta terça-feira (27/10), o presidente Bolsonaro voltou a alfinetar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). "Deu péssimo exemplo [durante a pandemia] aumentando impostos" de produtos da cesta básica e cobrando imposto de deficientes que compram carro", disparou, após solenidade de hasteamento da bandeira, momentos antes de se reunir com a equipe ministerial.
Pouco tempo depois, o tucano rebateu as acusações. Disse que o mandatário segue “desinformado” e pediu que ele governe para o país. “O presidente Jair Bolsonaro segue sendo um desinformado. São Paulo não fez e não fará nenhum aumento de imposto. Fizemos sim a reforma administrativa que ele, Bolsonaro, deixou de fazer no plano federal. Se ficasse mais preocupado em governar e menos em atacar adversários, poderia fazer algo de útil para o país. Governe para o Brasil, Bolsonaro, e não para seus interesses políticos e ideológicos.”
Doria apontou ainda que "quem aumentou o mais cruel dos impostos" foi o presidente com a volta da inflação.
"No seu governo, a extrema pobreza não para de crescer e a miséria já atinge 13,8 milhões de brasileiros. Ao invés de buscar soluções para alimentar os mais pobres, o Presidente tenta esconder o que todo mundo vê: o óleo de cozinha subiu 30%, o arroz 16% e o leite mais 7%. Enquanto quase 14 milhões de Brasileiros não tem o que comer, Bolsonaro só se preocupa com a sua fome de poder", concluiu.
Bolsonaro e o tucano, seu desafeto político, têm aumentado a troca de farpas em meio à politização da vacina contra a covid-19. Recentemente, o mandatário desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello e ordenou o cancelamento de um protocolo de compra de 46 milhões de doses do imunizante fabricado pelo laboratório chinês, Sinovac.
Ainda ontem, o presidente disse que a Justiça não pode obrigar os brasileiros a se vacinarem contra a covid-19, conforme anunciado por Doria no estado paulista. De acordo com o Bolsonaro, isso é uma questão de saúde e não deveria ter sido judicializada.
Na semana passada, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o plenário da Corte julgue três ações sobre a obrigatoriedade da imunização. Os pedidos foram apresentados ao Tribunal pelos partidos PDT, Rede e PTB. Ainda não há uma data definida para a análise.
"Não pode um juiz decidir se você vai ou não tomar uma vacina. Isso não existe", opinou.