Após desmarcar compromisso com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), alegando indisposição, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), embarcou para capital paulista, nesta sexta-feira (23/10), e participou da tradicional coletiva de atualização das ações do estado de combate à covid-19.
O parlamentar negou que o motivo do cancelamento da reunião tenha sido uma sinalização de não apoio à vacina chinesa Coronavac e declarou que, se for devidamente aprovada, irá articular a inclusão da candidata ao Programa Nacional de Imunização (PNI).
"Espero que a gente consiga construir, através do diálogo, a solução não apenas para São Paulo, mas para todos os brasileiros que precisam dessa e das outras vacinas para gente garantir proteção, principalmente, ao grupo de risco", ressaltou Maia, frisando a necessidade de que, antes, as candidatas sejam aprovadas e autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Já infectado pelo novo coronavírus, Maia relembrou os dias em que sofreu com os efeitos da doença para destacar a necessidade das vacinas. "Quem tem sintoma como eu tive, com o pulmão comprometido, risco de trombose, muito medicamento, sabe. Perder 10 quilos em sete dias não me parece um vírus tranquilo. Tenho certeza que a vacina é fundamental".
Por isso, o presidente da Câmara admitiu a necessidade de "organizar aquilo que está desorganizado, infelizmente", se referindo ao embate politizado em torno da vacina chinesa. "Tenho certeza que o presidente da República vai ouvir nossos apelos e que não vamos precisar de outro caminho a não ser um bom diálogo, que o presidente tem tido com o Parlamento a longo desses últimos meses", declarou.
Especulação
A fala afasta a especulação de que o Congresso seguiria a linha do presidente Jair bolsonaro, em rejeitar a inclusão da CoronaVac no rol de imunizantes disponíveis pelo PNI. Segundo Maia, o cancelamento não se deu para "atender a alguma sinalização" e que o real motivo seria, de fato, mais uma doença. "Estou pegando uma virose a cada duas semanas", comentou.
Mesmo assim, nos bastidores, o adiamento da reunião foi encarado como estratégia para construir um posicionamento e evitar mensagens truncadas, uma vez que ela ocorreria horas depois da afirmação de Bolsonaro de que não compraria as doses do que apelidou como "a vacina chinesa de Doria".
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