RACHADINHA

Defesa de Flávio Bolsonaro acionou GSI contra servidores da Receita

Advogados sustentam que relatórios que embasam investigação contra o senador podem ter irregularidades, o que poderia anular caso na Justiça

A defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) afirmou que procurou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para obter ajuda sobre supostas ilegalidades cometidas por servidores da Receita Federal, no Rio de Janeiro, durante a produção de relatórios que apontaram movimentações suspeitas em contas do senador. O parlamentar é acusado de chefiar um esquema de rachadinha no gabinete dele na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

As investigações apontam que ele teria ficado com parte do salário dos assessores quando era deputado estadual. As suspeitas tiveram início após relatórios de inteligência financeira apontarem transações suspeitas de R$ 1,2 milhão na conta de Flávio. De acordo com nota dos advogados, o GSI, órgão que está atrelado à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), foi acionado por conta de o caso envolver "a família do presidente Jair Bolsonaro".

O pedido de colaboração entre a defesa de Flávio e o GSI foi revelado pelo jornalista Guilherme Amado, da revista Época. De acordo com a publicação, meses após atuar no caso, o GSI não confirmou as suspeitas lançadas pelos advogados do filho do presidente contra servidores da Receita.

Anulação

Os advogados de Flávio apontam que existiria uma organização criminosa na Receita, o que se confirmado, poderia levar a anulação das investigações contra o parlamentar na Justiça — e livrar, também, outros deputados estaduais investigados. "A defesa do senador esclarece que levou ao conhecimento do GSI as suspeitas de irregularidades das informações constantes dos Relatórios de Investigação Fiscal lavradas em seu nome, já que diferiam, em muito, das características, do conteúdo e da forma dos mesmos Relatórios elaborados em outros casos, ressaltando-se, ainda, que o Relatórios anteriores do mesmo órgão não apontavam qualquer indício de atividade atípica por parte do Senador", informaram os advogados.

"Registre-se, finalmente, que o fato foi levado diretamente ao GSI por ter sido praticado contra membro da família do Senhor Presidente da República", sustenta a defesa do parlamentar.

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