GUERRA DA VACINA

China ignora ataque de Bolsonaro e defende CoronaVac

Ao ser questionado sobre o anúncio do cancelamento da intenção de compra de 46 milhões de doses da vacina feito por Bolsonaro, governo chinês não criticou decisão. No lugar, escolheu reafirmar intenção de continuidade da cooperação bilateral no combate à covid

Mesmo diante da politização do tema das vacinas contra a covid-19, que tem como consequência a retaliação da candidata chinesa CoronaVac, o Ministério das Relações Exteriores da China mantém o discurso sem ideologias e reforça a necessidade de cooperação entre os governos brasileiro e chinês no combate à pandemia.

Em coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (22/10), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, destacou a eficácia da vacina produzida pela farmacêutica Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan. “Os estudos ocupam posição de liderança” no mundo, ressaltou.

Ao ser questionado sobre o anúncio do cancelamento da intenção de compra de 46 milhões de doses da vacina, Zhao Lijian não criticou a decisão. Em vez disso, reafirmou a intenção de continuidade da cooperação bilateral.

"Acreditamos que a cooperação relevante contribuirá para a derrota completa da epidemia na China, no Brasil e para as pessoas de todos os países do mundo", disse. A parceria, segundo ele, reforça o compromisso de tornar o imunizante uma oferta global. O objetivo chinês é tornar a vacina “disponível e acessível aos países em desenvolvimento”.

Credibilidade questionada

Contrariando a linha de raciocínio do principal parceiro comercial há mais de uma década, o presidente Jair Bolsonaro polemizou, mais uma vez, o fornecimento da vacina chinesa. Em entrevista à radio Joven Pan, o mandatário questionou a credibilidade da candidata por sua origem. “Acredito que teremos a vacina de outros países, até mesmo a nossa, que vai transmitir confiança para a população. A da China, lamentavelmente, já existe um descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido lá”, disse.

Mesmo estando no mesmo patamar de estudo da vacina de Oxford, a CoronaVac tem sido constantemente alvo de questionamentos diante do entrave político entre o presidente Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

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