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Parecer do Renda Cidadã será apresentado na semana que vem, diz Bittar

Senador negou que relatório do novo programa só será entregue depois das eleições municipais

Ainda sem consenso sobre os detalhes, o senador Marcio Bittar (MDB-AC), relator do projeto que criará o Renda Cidadã, resolveu adiar, por mais uma semana, a entrega do parecer. O parlamentar pretendia apresentá-lo nesta quarta-feira (7/10), mas, como as negociações ainda estão em andamento, o texto só deve ficar pronto na semana que vem.

O Renda Cidadã, que substituirá o Bolsa Família, será apresentado junto às Propostas de Emenda à Constituição (PECs) do Pacto Federativo e Emergencial. O principal entrave é a definição da fonte de financiamento do novo programa. O único consenso, até agora, é que a proposta não pode furar o teto de gastos.

Nesta terça-feira (6/10), Bittar negou que o novo programa será apresentado só depois das eleições municipais. Ao ser perguntado sobre o assunto, a resposta foi que “semana que vem, se Deus quiser, está pronto”. O senador disse que não vai mais “especular” sobre nenhum item. “Espero que, na semana que vem, eu apresente tudo de uma vez, o Pacto Federativo e a Emergencial. Dentro dela, a criação do programa”, disse.

A proposta inicial anunciada por Bittar, na semana passada, previa o remanejamento de verbas destinadas ao pagamento de precatórios e uso de dinheiro do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para bancar o novo programa. As ideias não foram bem aceitas pelos parlamentares.

Segundo o senador, a “turbulência” no anúncio do programa já foi contornada. Agora, “as coisas entraram no eixo de novo”, garantiu Bittar, na segunda-feira (5/10). Ele ressaltou que a proposta só será apresentada com o aval de Guedes e dentro do teto de gastos. “Toda demanda tem que passar por um filtro, pelo carimbo da equipe econômica do ministro Paulo Guedes”, frisou.

Bittar pretendia entregar o projeto nesta quarta, já com as alterações necessárias, data estipulada após encontro com o ministro, na segunda-feira (5/10). Mas algumas reuniões posteriores pesaram na decisão pelo adiamento, como o jantar de reconciliação entre Guedes e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na segunda-feira (5/10).

O governo estuda como alternativa para conseguir recursos para o programa acabar com o desconto de 20% concedido automaticamente a contribuintes que optam pela modalidade simplificada ao declarar o Imposto de Renda. A medida substituiria outra proposta cogitada pelo Ministério da Economia, de cortas as deduções médicas e educacionais. Bittar ainda não comentou essa possibilidade.