O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), disse, nesta segunda-feira (5/10), que as operações de comando e controle na Amazônia vão continuar até 2022. “Nós estamos com operações de comando e controle, irão prosseguir sem intervalo até final de 2022. Essa é a nossa forma de agir em termos de repressão”, disse, ao ser questionado sobre quais ações o governo tomaria para evitar o cenário atual de degradação ambiental.
A informação foi anunciada em entrevista à Rádio Eldorado. Mourão não deixou claro se as ações seguirão com as Forças Armadas, como ocorre atualmente por meio da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), com a "Operação Verde Brasil". Mas ele já falou sobre o assunto, deixando claro que, se julgar necessário, frente ao sucateamento dos órgãos ambientais, poderá manter os militares na Amazônia até o fim do mandato. A GLO, que terminaria em julho, foi prorrogada até novembro.
Além disso, como já noticiado no mês passado, o Conselho Nacional da Amazônia Legal, presidido por Mourão, já planejava continuar com as ações da GLO até 2022.
Ainda sobre o cenário atual — de queimadas na Amazônia, desmatamento e recorde de queimadas no Pantanal —, Mourão afirmou que o problema existe, “mas ele é colocado em uma dimensão muito além daquilo que ocorre”. O vice-presidente falou sobre mudanças climáticas que ocorrem em nível global.
“Vamos lembrar que estamos vivendo um período de seca enorme. Aqui em Brasília, volta e meio, sofremos com queimada, e a mesma coisa em regiões como o sul da Amazônia, que é onde temos a maior parte das queimadas. Lá, vive uma seca cada vez pior, durante esses períodos sem chuva”, disse.
O vice-presidente citou a regularização fundiária na Amazônia Legal, dizendo que a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, está concluindo o planejamento. “Para que consigamos, finalmente, destravar a regularização fundiária dentro da legislação que está em vigor, que permite que, por sensoriamento remoto, nós regularizarmos propriedades com até quatro módulos fiscais. Esse trabalho está bem adiantado agora”, informou. De agora com Mourão, na próxima reunião do Conselho da Amazônia, presidido por ele, o assunto deve ser abordado.