O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), considerou lamentável a reação do presidente Jair Bolsonaro, que decidiu cancelar a compra de 46 milhões de doses da vacina em fase de produção pela farmacêutica chinesa Sinovac, com apoio do Instituto Butantan. "Ficou péssimo para o Brasil e para os brasileiros. Uma atitude equivocadíssima do presidente Bolsonaro. Desautorizar um ministro da Saúde — lembrando que ele já demitiu dois ministros da Saúde", disse Doria, em entrevista ao programa CB Poder.
Na entrevista, João Doria elogiou a postura de Eduardo Pazuello. "O general que tem sido correto, republicano, trabalhado muito bem". E explicou o encontro da última terça-feira, que reuniu 24 governadores, líderes do governo no Congresso e integrantes do Ministério da Saúde. Doria comentou a participação de Pazuello na conferência. "O ministro (Pazuello) fez uma colocação muito correta, já na abertura da reunião, dizendo que as vacinas — incluindo a do Butantan — salvam vidas. Ele não está preocupado com a origem das vacinas, e sim com a eficácia das vacinas", disse Doria sobre Pazuello. Doria ressaltou, ainda, que o ministro assinou o compromisso de compra de 46 milhões de doses.
O governador lamentou a mudança de postura do governo, provocada pelo Planalto. "O presidente Bolsonaro, em menos de 12 horas, desautoriza o seu ministro, age com violência e autoritarismo, contraria uma decisão da ciência e de seu ministério. E coloca de novo um confronto político que não deveria existir. Vacina não pode ser objeto de nenhuma visão política, ideológica nem partidária".
João Doria rebateu a acusação de Bolsonaro de que a vacina não tem eficácia. "Não é verdade. Estamos na terceira e última fase de testagem da vacina. (Se ela não tivesse eficácia), não estaria na terceira fase, como outras três que estão sendo testadas no Brasil. Ela é classificada pela Organização Mundial da Saúde como uma das oito vacinas mais promissoras do mundo", afirmou Doria.
Um dia após o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciar a compra de 46 milhões de doses do imunizante produzida pela chinesa Sinovac, com participação do Instituto Butantan, o presidente Jair Bolsonaro desautorizou o seu auxiliar. E disse que o governo não vai adquirir o produto farmacêutico.
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