O Ministério da Saúde voltou atrás e negou a intenção de incorporar a vacina chinesa Coronavac no rol de imunizastes previstos para o Programa Nacional de Imunizacão (PNI). Mas, em vez de reconhecer a mudança de postura, atribuiu a confusão a uma interpretação equivocada a partir da reunião entre a pasta e governadores. O acordo de intenção — documento interno, mas divulgado depois da repercussão — reafirma, por outro lado, que a previsão da pasta era de adquirir 46 milhões de doses da candidata chinesa.
"Informo a intenção deste Ministério da Saúde em adquirir 46 milhões de doses da referida vacina (vacina Butantan-Sinovac/Covid-19), em desenvolvimento pelo Instituto Butantan, ao preço estimado de US$10,30 por dose", diz o acordo, com a ressalva de que a manifestação de interesse não possui caráter vinculante, "uma vez que somente será possível prosseguir com processo de aquisição após o regular registro da vacina na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)".
Uma matéria divulgada no próprio site do MS e apagada depois confirma a intenção de incorporar a CoronaVac. "A ação é mais um passo na estratégia de ampla oferta de vacinação aos brasileiros. Somadas, as três iniciativas — AstraZeneca, Covax e Butantan-Sinovac — representam 186 milhões de doses, a serem disponibilizadas ainda no primeiro semestre de 2021, já a partir de janeiro", chegou a vincular a pasta.
Tanto o documento quanto a matéria vão de encontro à atualização de posicionamento do governo federal por meio de pronunciamento do secretário-executivo, Élcio Franco, dado na manhã desta quarta-feira (21). Na ocasião, ele garantiu que "não há intenção de compra de vacinas chinesas" por parte do ministério.
O discurso ocorre logo após o presidente Jair Bolsonaro negar as aquisições do que chamou de "vacina chinesa de João Doria", reiterando que não iria fazer o povo brasileiro de"cobaia".
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