O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) pediu ampliação do afastamento de 90 dias para 121 dias. Na prática, mudança permite que suplente assuma lugar. O primeiro suplente do senador é seu filho, Pedro Arthur Ferreira Rodrigues (DEM-RR).
Mais cedo, nesta terça-feira (20/10), o parlamentar havia solicitado um afastamento por 90 dias, prazo da decisão proferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso. O pedido de afastamento por 90 dias permite retorno do parlamentar a qualquer momento - com 45 dias, por exemplo, ele poderia voltar.
Entretanto, começaram a circular informações de que ele poderia estar pedindo os 90 dias apenas com a intenção de burlar a votação do STF, visto que com o afastamento, a votação no plenário marcada para a próxima quarta-feira (21) perderia o objeto. Apesar do pedido de afastamento inicial, o Supremo poderia ainda assim votar a manutenção da decisão de Barroso.
O senador, então, resolveu ampliar para 121 dias, não podendo retomar até o fim do prazo. Apesar de o seu filho poder assumir o cargo no suplente, informações apontam que pode ser que ele não assuma. O que se fala é que a opinião pública pode pesar caso o familiar do parlamentar fique na cadeira agora vaga.
Impulso
Na solicitação de afastamento, o senador pede a suspensão do seu salário ao longo do período no qual, segundo ele, pretende se dedicar exclusivamente à sua defesa. O parlamentar disse, ainda, que os valores apreendidos pela PF são "manifestamente lícitos". "Não são verdadeiras as afirmações de que estes teriam sido desviados de verbas destinadas ao enfrentamento da pandemia", escreveu o senador em texto direcionado aos colegas.
Chico Rodrigues repetiu que os valores apreendidos eram destinados ao pagamento de funcionários que prestam serviços para a empresa de sua família, administrada por seu filho. "A verdade é que, em ato impulsivo, acordado pela Polícia, de pijama, assustado com a presença de estranhos em meu quarto, tive a infelicidade de tomar a decisão mais irracional de toda a minha vida", pontuou.
O parlamentar garantiu que sua declaração de imposto de renda deste ano demonstra que já possuía dinheiro em espécie, lícito, devidamente declarado e de conhecimento das autoridades públicas. "Não era dinheiro de corrupção, não era dinheiro ilícito, não era dinheiro ilegal", afirmou.
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