CHICO RODRIGUES

Licenciado por 90 dias, Chico Rodrigues não abre vaga para suplente

Parlamentar não receberá salário durante esse período. Na semana passada, senador foi flagrado com R$ 33,1 mil escondidos na cueca

Augusto Fernandes
postado em 20/10/2020 10:28
 (crédito: HANDOUT/AFP)
(crédito: HANDOUT/AFP)

O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) pediu ao Senado na manhã desta terça-feira (20/10) para ser afastado do cargo por 90 dias. De acordo com a assessoria do parlamentar, o pedido é irrevogável e irretratável. Durante esse período, o ex-vice-líder do governo ficará sem receber salário.

Como o pedido de licença não remunerada do senador é inferior a 120 dias, o posto dele não será ocupado por nenhum suplente. O filho dele, Pedro Arthur Ferreira Rodrigues (DEM-RR), primeiro suplente do parlamentar, era o mais cotado para substituir Rodrigues caso o senador se licenciasse por pelo menos quatro meses.

Na última semana, Rodrigues foi flagrado com R$ 33,1 mil escondidos entre as nádegas durante uma operação da Polícia Federal que apura um esquema de desvio de recursos públicos que deveriam ter sido aplicados no combate à pandemia da covid-19 em Roraima.

Segundo a defesa do senador, o dinheiro não tem origem ilícita e seria usado para pagar funcionários de uma empresa da família do congressista.

A estratégia do senador em se afastar voluntariamente é uma tentativa de evitar que decisões judiciais ou do próprio Senado o obriguem a deixar a Casa, visto que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado devem analisar procedimentos contra Rodrigues.

No STF, está previsto para esta quarta-feira (21/10) o julgamento no plenário da decisão do ministro Luís Roberto Barroso para afastar Rodrigues por 90 dias. Caso a maioria da Corte referende a determinação de Barroso, a palavra final caberá ao Senado.

Já no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, está em andamento a análise de uma representação elaborada pelos partidos Rede e Cidadania que pede não o afastamento de Rodrigues, mas sim, a cassação do mandato do senador.

Esse pedido ainda não tem data para ser votado pelo conselho, visto que as reuniões presenciais do colegiado estão suspensas indeterminadamente por conta das restrições impostas pelo Senado devido à pandemia do novo coronavírus.

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