O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso pediu que o plenário decida sobre o afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), pego pela Polícia Federal, na última quarta-feira (14/10), com R$ 33,1 mil na cueca. O magistrado determinou na última quinta-feira (15) que o parlamentar fosse afastado pelo prazo de 90 dias, e, agora, quer remeter para deliberação do colegiado.
A decisão de Barroso ainda tem que passar pelo Senado Federal, que pode confirmar ou não o entendimento do ministro. Ainda assim, o ministro pediu para que o presidente do Supremo, Luiz Fux, paute o tema para a próxima semana. Um entendimento colegiado do assunto dará força à decisão de Barroso.
Operação
O senador foi alvo de busca e apreensão no âmbito da Operação Desvid-19, que apura esquema de desvio de verbas públicas oriundas de emendas parlamentares que eram destinadas ao combate à pandemia da covid-19 em Roraima, no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde. Conforme relatório da PF, o senador estava com R$ 15 mil “no interior de sua cueca, próximo às suas nádegas”, e mais R$ 18.150 na cueca.
O dinheiro foi descoberto quando o senador pediu para ir ao banheiro e um delegado da PF “percebeu que havia um grande volume, em formato retangular, na parte traseira das vestes do senador”. Ao ser questionado sobre o que era, Chico “ficou bastante assustado e disse que não havia nada”, mas o delegado resolveu fazer buscas e encontrou dinheiro. Antes das buscas nas vestes do senador, a PF já havia encontrado em um cofre no armário do quarto do senador R$ 10 mil e U$ 6 mil (o equivalente a cerca de R$ 33.720, com o dólar a R$ 5,62).
Em nota, o senador afirmou que deixou o cargo de vice-líder para esclarecer os fatos e "trazer à tona a verdade". "Acreditando na verdade, estou confiante na justiça, e digo que, logo tudo será esclarecido e provarei que nada tenho haver com qualquer ato ilícito de qualquer natureza", ressaltou. Chico disse ainda que acredita nas diretrizes que o presidente usa para gerir o país. "Vou cuidar da minha defesa, e provar minha inocência", afirmou.
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