CASO ROBSON

Bolsonaro falará com Putin sobre caso de brasileiro preso na Rússia

O motorista Robson Oliveira está detido desde 2019, quando ingressou no país com um remédio que não é permitido em território russo. A substância foi encomendada pela família do jogador de futebol Fernando, que deixou a Rússia após a prisão de Robson

Augusto Fernandes
postado em 06/10/2020 11:13 / atualizado em 06/10/2020 18:04
Em bagagem levada por Robson, havia o remédio Mytedon, que contém cloridrato de metadona, substância proibida na Rússia 
 -  (crédito: Reprodução)
Em bagagem levada por Robson, havia o remédio Mytedon, que contém cloridrato de metadona, substância proibida na Rússia - (crédito: Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta terça-feira (6/10), que vai pedir ao governo russo o perdão do motorista Robson Oliveira. O brasileiro está preso na Rússia desde março do ano passado, acusado de tráfico internacional de drogas.

Nas redes sociais, Bolsonaro declarou que vai tentar entrar em contato com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ainda nesta terça-feira. Segundo ele, "o caso do motorista Robson Oliveira, ora preso na Rússia, é complexo, mas não impossível de ser solucionado".

"Entramos no caso, e o Brasil buscará, diplomaticamente, o retorno de Robson ao Brasil. A justiça russa é bastante rígida e independente, mas um perdão do Governo local será buscado por nós", afirmou o presidente.

Em março de 2019, Robson havia sido contratado pelo jogador de futebol Fernando, que à época atuava no Spartak de Moscou. Antes de o motorista embarcar para a Rússia, a família do atleta encomendou duas caixas de Mytedon para o sogro de Fernando. O remédio contém cloridrato de metadona, substância que é legal no Brasil, mas proibida na Rússia e considerada droga.

As duas caixas do medicamento foram colocadas em uma bagagem que Robson levaria para a família de Fernando. O motorista acreditava que a mala continha apenas roupas e mantimentos e não sabia que estava carregando o remédio. Quando chegou a Moscou, Robson foi detido no aeroporto da capital russa e, depois de 30 dias, acabou preso, acusado de ser o responsável pelas caixas de Mytedon.

Após a prisão de Robson, Fernando deixou o futebol russo e se transferiu para a China. Atualmente, o jogador defende o Beijing Guoan. A família de Robson alega que nem o atleta nem os familiares de Fernando tentaram ajudar o motorista a sair da prisão.

Robson ainda aguarda julgamento. Recentemente, o processo dele voltou à fase inicial, visto que a juíza à frente do caso se aposentou.

Fernando se defende

Nas últimas semanas, diversos jogadores brasileiros promoveram uma campanha na internet com a hashtag #JustiçaPorRobson. Com a repercussão do movimento, Fernando se manifestou nas redes sociais, afirmando que contribuiu para o caso de Robson, como na contratação de advogados.

Segundo o atleta, ele não sabia da proibição do medicamento à base de cloridrato de metadona. "Uma observação foi colocada no site da embaixada, mas apenas depois que aconteceu o incidente", escreveu Fernando.

O jogador disse também que quer "seguir focado apenas em ajudar o Robson a retomar sua liberdade". Ele aderiu à campanha que busca justiça ao motorista e pediu que Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, atuassem no caso.

"Por todas as vezes em que falei publicamente sobre o caso do Robson, uma delas em rede nacional, em um dos programas de mais audiência da maior emissora de TV aberta do pais, eu apelei para as autoridades brasileiras intervirem, pois sabia que, por mais que eu estivesse sempre ajudando o Robson em tudo que estava ao meu alcance, esse apoio seria fundamental para tirar ele de lá", afirmou Fernando.

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