O governo do presidente Jair Bolsonaro desviou a finalidade de R$ 7,5 milhões que deveriam ser empregados na compra de testes para o novo coronavírus. A verba, que inicialmente serviria para a realização dos exames na população, foi repassada ao programa Pátria Voluntária, liderado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Os recursos foram doados pelo Marfrig, um dos maiores frigoríficos do país.
A doação ocorreu em março, quando o Brasil registrava os primeiros casos de coronavírus, e se preparava para tentar conter a disseminação em larga escala, o que acabou ocorrendo e se mantém até hoje. No país, faltavam testes e a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) era de realizar exames em massa, para tentar controlar a doença.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, em maio o governo afirmou a Marfrig que o dinheiro doado seria usado "com fim específico de aquisição e aplicação de testes de covid-19". No entanto, em julho, indagou à empresa se os recursos poderiam ser utilizados em outras formas de combate à pandemia. O frigorífico concordou, pois, de acordo com a empresa, a verba seria utilizada no combate à disseminação do novo coronavírus.
Instituições evangélicas
Os valores foram repassados, então, ao projeto Arrecadação Voluntária, ligado ao Pátria Voluntária. Sem abertura de edital, os recursos seguiram para instituições evangélicas ligadas à ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) para a compra e distribuição de cestas básicas.
Na ocasião da doação do dinheiro, a Marfrig lembrou que o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, destacou que seria necessário firmar parcerias com a iniciativa privada para a realização de testes contra a covid-19.
De acordo com o site da empresa, a Marfrig realiza diversas doações desde o começo da pandemia. Entre as ações, está a doação de 15 mil frascos de álcool em gel para um hospital; um programa de apoio para pequenos restaurantes e lanchonetes; e a oferta de atendimento médico para comunidades vulneráveis na Amazônia.
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