O presidente Jair Bolsonaro defendeu, na tarde desta quarta-feira (30), em discurso no I Encontro de Cúpula das Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Biodiversidade, a exploração racional e sustentável dos recursos da Amazônia. Segundo ele, a "exploração racional e sustentável dos incomensuráveis recursos presentes no território brasileiro, em prol de nossa sociedade, é uma prioridade nossa. Estamos cientes do enorme potencial da bioeconomia”.
Segundo Bolsonaro, é necessário chegar a um ponto de equilíbrio em relação à sustentabilidade e o desenvolvimento. “É preciso que cheguemos a um consenso e que saibamos combinar sustentabilidade com desenvolvimento, e preservação ambiental com inovação econômica. No Brasil, temos orgulho de pertencer ao grupo de países mega-diversos, e de possuir a maior extensão de vegetação nativa do planeta, o que corresponde a 60% de nosso território nacional”, salientou.
Ainda segundo o o presidente, desde 2019, o governo brasileiro “vem adotando políticas de proteção ao meio ambiente de forma consciente”.
“Temos a obrigação de preservar nossos biomas e, ao mesmo tempo, precisamos enfrentar adversidades sociais complexas, como o desemprego e a pobreza, além de buscar garantir a segurança alimentar do nosso povo. Em 2020, avançamos nessa direção e, mesmo enfrentando uma situação difícil e atípica devido ao coronavírus, reforçamos ações de vigilância sobre nossos biomas e fortalecemos nossos meios para combater a degradação dos ecossistemas, a sabotagem externa e a biopirataria”.
Bolsonaro citou ainda medidas na região amazônica, como a Operação Verde Brasil 2, mas não deu dados concretos. “A operação logrou reverter, até agora, a tendência de aumento da área desmatada observada nos anos anteriores. Vamos dar continuidade a essa operação para intensificar ainda mais o combate a esses problemas que favorecem as organizações que, associadas a algumas ONGs, comandam os crimes ambientais no Brasil e no exterior”, acusou.
No Pantanal, segundo Bolsonaro, houve o fortalecimento da integração entre as agências governamentais, com o apoio das Forças Armadas, para atuar de maneira coordenada no combate aos focos de incêndio.
Cobiça internacional
O presidente também rechaçou o que chamou de “cobiça internacional” sobre a Amazônia e disse que defenderá a região verde das “ações e narrativas que agridam os interessem nacionais”.
“Não podemos aceitar que informações falsas e irresponsáveis sirvam de pretexto para a imposição de regras internacionais injustas, que desconsiderem as importantes conquistas ambientais que alcançamos em benefício do Brasil e do mundo”, garantiu.
Ele lembrou ainda que o Marco Global da Biodiversidade Pós-2020 deve levar em consideração o "impacto devastador da crise do coronavírus sobre a economia mundial, especialmente no que se refere aos países em desenvolvimento".
Cobrança a outros países
Bolsonaro cobrou, ainda, que outros países cumpram sua parte em acordos firmados em favor do meio ambiente.
"É preciso que todos os países cumpram com suas responsabilidades, arquem com a parte que lhes cabe e se unam contra males como a biopirataria, a sabotagem ambiental e o bioterrorismo. Meu governo mantém firme o compromisso com o desenvolvimento sustentável e com a gestão soberana dos recursos brasileiros.
Estaremos sempre abertos a contribuir para um debate fundamentado no respeito aos três pilares da Convenção de Diversidade Biológica: a conservação, o uso sustentável e a repartição de benefícios. Espero o mesmo compromisso por parte dos senhores", provocou.