Corrupção

Cristiane Brasil se entrega à polícia: 'Não sei cadê esse enriquecimento ilícito'

Pré-candidata à prefeita do Rio foi alvo de operação do Ministério Público que apura esquema envolvendo licitações no município entre 2013 e 2018

Depois de ter pedido de prisão decretado, a ex-deputada federal e pré-candidata à prefeitura do Rio de Janeiro Cristiane Brasil (PTB) se apresentou à Polícia Civil na tarde desta sexta-feira (11/9). Pouco antes de se entregar, ela gravou vídeos questionando o fato de o caso investigado ser relativo fatos antigos e remetendo o pedido de prisão a interesses políticos, citando o governador afastado Wilson Witzel (PSC). Cristiane é filha do presidente do PTB, Roberto Jefferson.

“Eu devo o banco, devo empréstimos que tive que pagar a dois motoristas que não mereciam, devo cartão de crédito, agora estou devendo a faculdade da minha filha, porque investi meu dinheiro na pré-campanha para poder concorrer à prefeitura. Eu devo a várias pessoas, porque eu acredito na causa política. Eu não tenho nem carro, na verdade. Eu a ando de Uber, eu ando de metrô, e não sei cadê esse enriquecimento ilícito. Então, eu queria saber como eu me beneficiei de um esquema de propina que eu não tenho nenhum contato, nenhuma relação com isso. Cadê os milhões?”, disse.

Foi expedido um mandado de prisão preventiva contra a pré-candidata no âmbito da segunda fase da Operação Catarata, que apura corrupção no município do Rio de Janeiro entre 2013 e 2018. De acordo com o Ministério Público do Rio (MP-RJ), Cristiane, que na época era secretária de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida, atuou com outros citados viabilizando fraudes licitatórias em suas respectivas pastas, por prorrogar contratos fraudulentos por meio do recebimento de propina que variava entre 5% a 25% do valor do contrato.

"Tiveram oito anos para investigar essa denúncia sem fundamento, feita em 2012 contra mim, e não fizeram pois não quiseram. Mas aparecem agora que sou pré-candidata a prefeita numa tentativa clara de me perseguir politicamente, a mim e ao meu pai. Em menos de uma semana, Eduardo Paes, (Marcelo) Crivella e eu viramos alvos. Basta um pingo de racionalidade para se ver que a busca contra mim é desproporcional. Isso deve ter dedo da candidata Marta Rocha (pré-candidata e deputada estadual pelo PDT), do Witzel e do André Ceciliano (presidente da Assembleia Legislativa do Rio). Vingança e política não são papel do Ministério Público nem da Polícia Civil”, escreveu nas redes sociais.

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