Durante as investigações da Operação Gaveteiro, que mira fraudes de R$ 40 milhões no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a Polícia Federal identificou práticas suspeitas parecidas na Prodemge, empresa de tecnologia da informação ligada ao governo de Minas Gerais.
De acordo com informações obtidas pelo Correio, junto a fontes que atuam no caso, a empresa B2T, suspeita de firmar contratos fraudulentos com o governo federal, foi a vencedora de uma licitação com a companhia do setor público de Minas.
O que chamou atenção dos investigadores é que antes mesmo do processo de escolha da prestadora de serviços ser finalizado, conversas trocadas entre gestores da empresa falavam o nome da empresa que seria vencedora.
"Nader, da uma alinhada com o Branquinho (Alberto Branquinho) mas acho que é da B2T", dizia um dos diálogos obtidos durante a investigação. A reportagem apurou que o empresário Alberto Branquinho é um dos presos na ação deflagrada nesta quinta-feira (03), que também mira o secretário de Transportes do DF, Valter Casemiro, alvo de um mandado de busca e apreensão.
Ao todo, em Brasília, foram cumpridos 9 mandados de prisão e 40 de busca e apreensão. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 40 milhões dos investigados. A reportagem tenta contato com a defesa dos acusados.
A Prodemge informa que, em 2015, após a realização de pregão eletrônico, foi firmado contrato com a empresa Business To Technology Consultoria e Análise de Sistemas, para execução de serviços de software Microstrategy. O contrato foi encerrado em setembro de 2019.
O valor final do pregão foi de R$ 105.600,00, sendo que o preço de referência de mercado, autorizado pela Diretoria da Prodemge à época, foi de R$ 217.655,64.
A Prodemge informa ainda que não foi comunicada oficialmente sobre qualquer investigação relacionada à empresa e se coloca à disposição para esclarecimentos.