Após o discurso de Jair Bolsonaro na cúpula da Biodiversidade das Organizações Unidas (ONU), na tarde desta quarta-feira (30), o Greenpeace se manifestou e afirmou que o presidente mentiu nas declarações de que o governo esteja empenhado em ações efetivas para o combate ao desmatamento e queimadas na Amazônia.
Bolsonaro afirmou, sem apresentar provas, que organizações, em parceria com “algumas ONGs", comandam "crimes ambientais" no Brasil e também no exterior. Ele citou, ainda, medidas na região amazônica, como a Operação Verde Brasil 2, mas não divulgou dados concretos.
“Na Amazônia, lançamos a Operação Verde Brasil 2, que logrou reverter, até agora, a tendência de aumento da área desmatada observada nos anos anteriores. Vamos dar continuidade a esta operação para intensificar ainda mais o combate a esses problemas que favorecem as organizações, que, associadas a algumas ONGs, comandam os crimes ambientais no Brasil e no exterior”, apontou Bolsonaro.
Sem responsabilidade
A gestora ambiental e porta-voz da Campanha de Biodiversidade do Greenpeace Brasil, Cristiane Mazzetti, apontou que enquanto outros líderes reforçaram as ações necessárias para criar uma sociedade em harmonia com a natureza, ressaltando os aprendizados com a crise da covid-19, Bolsonaro se esquivou da responsabilidade.
“Bolsonaro mentiu mais uma vez ao dizer que seu governo está empenhado na proteção das nossas florestas e da nossa biodiversidade. O presidente preferiu se esquivar da responsabilidade que possui pela crise que enfrentamos, dizendo que as narrativas e os dados seriam falsos, que ONGs estariam comandando crimes ambientais e que o Brasil sofre de sabotagem externa”, acusou.
Segundo Mazzetti, os satélites mostram o estrago da política anti-ambiental comandada por Bolsonaro. “A Operação Verde Brasil 2, citada pelo presidente em seu discurso como exitosa, além de ser uma operação extremamente cara, se mostrou ineficaz no combate ao crime. Pelo contrário, desde que foi colocada em ação, em maio, o desmatamento e as queimadas continuaram em alta”, destacou.
Mazzetti ressalta que o Brasil passou de protagonista a sabotador dos esforços para lidar com as crises do clima e da biodiversidade, colocando em xeque as conquistas do passado. "O governo Bolsonaro segue trabalhando, ativa e perenemente, para passar a boiada e fomentar sistemas produtivos baseados na destruição ambiental. Com a 'gestão soberana' de Bolsonaro, seguimos rumo à extinção da biodiversidade e exaustão dos recursos naturais", observou.
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