ONU

Bolsonaro culpa jornais por conta da pandemia e critica isolamento social

Ao falar na 75ª edição da Assembleia-Geral das Nações Unidas, presidente diz que imprensa "politizou o vírus, disseminando o pânico entre a população"

Augusto Fernandes
postado em 22/09/2020 12:47 / atualizado em 22/09/2020 14:39
 (crédito: Marcos Corrêa/PR)
(crédito: Marcos Corrêa/PR)

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a cobertura da imprensa brasileira durante a pandemia do novo coronavírus, nesta terça-feira (22/9), ao discursar na 75ª edição da Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Na sua fala, Bolsonaro lamentou "cada morte ocorrida" por conta da pandemia, mas reclamou que os jornais do Brasil "quase trouxeram o caos social ao país" por recomendarem o isolamento social como forma de prevenção à covid-19.

"Como aconteceu em grande parte do mundo, parcela da imprensa brasileira também politizou o vírus, disseminando o pânico entre a população. Sob o lema "fique em casa" e "a economia a gente vê depois", quase trouxeram o caos social ao país", ponderou o presidente.

"Desde o princípio, alertei, em meu país, que tínhamos dois problemas para resolver: o vírus e o desemprego, e que ambos deveriam ser tratados simultaneamente e com a mesma responsabilidade", acrescentou o chefe do Executivo.

Mais uma vez, Bolsonaro fez críticas à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou que governadores e prefeitos são os responsáveis por estabelecer as políticas de enfrentamento à pandemia nos seus respectivos estados e municípios. O presidente não comentou, contudo, que a mesma decisão da Corte estabeleceu que as políticas de saúde são de competência da União e dos demais entes federados.

"Por decisão judicial, todas as medidas de isolamento e restrições de liberdade foram delegadas a cada um dos 27 governadores das unidades da Federação. Ao presidente, coube o envio de recursos e meios a todo o país", afirmou o mandatário.

Bolsonaro também afirmou que o governo segue comprometido com a conclusão dos acordos comerciais do Mercosul com a União Europeia (UE) e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA). Ele também afirmou que o governo brasileiro pagou mil dólares de auxílio emergencial.

O presidente também afirmou que o “Brasil é um país cristão e conservador” e apelou aos líderes mundiais para lutar contra o que ele chamou de cristofobia. Ele também disse que o Brasil é vítima de campanha de desinformação sobre Amazônia. Leia o discurso na íntegra e veja o que mudou na fala dele em um ano.

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