O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o depoimento do presidente Jair Bolsonaro à Polícia Federal. No despacho ele também determinou a paralisação da investigação. A corporação havia agendado a oitiva para acontecer entre os dias 21 e 23 de setembro, à escolha do chefe do Executivo. No entanto, Bolsonaro deveria depor presencialmente, em cumprimento da decisão do ministro Celso de Mello.
Porém, como o magistrado está de licença médica, um recurso apresentado pela Advocacia Geral da União (AGU) foi distribuído novamente, caindo nas mãos do ministro Marco Aurélio. A AGU pediu que Bolsonaro tenha o direito de prestar depoimento por escrito, em nome da "isonomia", como ocorreu com o ex-presidente Michel Temer, que respondeu às perguntas dos investigadores sem precisar ir pessoalmente até o local.
“Note-se: não se roga, aqui, a concessão de nenhum privilégio, mas, sim, tratamento rigorosamente simétrico àquele adotado para os mesmos atos em circunstâncias absolutamente idênticas em precedentes muito recentes desta mesma Egrégia Suprema Corte”, diz um trecho do recurso da AGU.
Marco Aurélio decidiu submeter o caso ao plenário do Tribunal, o que mantém suspenso o depoimento até avaliação do colegiado. Bolsonaro é acusado de tentar interferir na Polícia Federal. O ex-ministro Sergio Moro afirmou que o presidente tentou trocar o comando da corporação no Rio de Janeiro e acessar relatórios de inteligência.
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