Renato Souza
postado em 02/09/2020 23:00 / atualizado em 02/09/2020 23:00
Após a saída do procurador Deltan Dallagnol da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná, outros integrantes começam a se afastar da condução das diligências. Na noite desta quarta-feira (02), sete procuradores da operação entregaram os cargos, em São Paulo.
Entre os integrantes que pediram demissão, está a coordenadora da força-tarefa no estado, Janice Ascari. O desligamento ocorre de forma escalonada e foi oficializado em ofício enviado ao procurador-geral da República, Augusto Aras.
De acordo com informações obtidas pela reportagem, o movimento deve se repetir em Curitiba e outras regiões do país. A valiação no grupo é de que o desgaste é muito elevado e que Dallagnol era quem tinha maior influência e apoio para ir contra eventuais interferências da Procuradoria Geral da República (PGR) e críticas do setor político. Alguns dos procuradores avaliam pedir transferência para outras áreas do Ministério Público Federal (MPF). Outro fator levantado é o tempo de atuação, que já chega a seis anos.
O que também gera controvérsias na força-tarefa no Paraná é a possibilidade de se reduzir o número de procuradores, hoje em 14. Esta decisão poderia gerar lentidão nas investigações e provocar redução também no quadro de 30 servidores do setor técnico que atuam prestando apoio diário aos integrantes da operação. Aras tem até o dia 10 deste mês para decidir se prorroga ou não as atividades da Lava-Jato na capital paranaense por mais um ano e se realiza alterações nas equipes. A decisão também deve ser avaliada pelo Conselho Superior do MPF, que deve convocar uma reunião extraordinária para tratar do assunto. O próximo encontro previsto ocorre em outubro. No entanto, parte dos conselheiros pretende solicitar que o debate seja antecipado.
Entre os integrantes que pediram demissão, está a coordenadora da força-tarefa no estado, Janice Ascari. O desligamento ocorre de forma escalonada e foi oficializado em ofício enviado ao procurador-geral da República, Augusto Aras.
De acordo com informações obtidas pela reportagem, o movimento deve se repetir em Curitiba e outras regiões do país. A valiação no grupo é de que o desgaste é muito elevado e que Dallagnol era quem tinha maior influência e apoio para ir contra eventuais interferências da Procuradoria Geral da República (PGR) e críticas do setor político. Alguns dos procuradores avaliam pedir transferência para outras áreas do Ministério Público Federal (MPF). Outro fator levantado é o tempo de atuação, que já chega a seis anos.
O que também gera controvérsias na força-tarefa no Paraná é a possibilidade de se reduzir o número de procuradores, hoje em 14. Esta decisão poderia gerar lentidão nas investigações e provocar redução também no quadro de 30 servidores do setor técnico que atuam prestando apoio diário aos integrantes da operação. Aras tem até o dia 10 deste mês para decidir se prorroga ou não as atividades da Lava-Jato na capital paranaense por mais um ano e se realiza alterações nas equipes. A decisão também deve ser avaliada pelo Conselho Superior do MPF, que deve convocar uma reunião extraordinária para tratar do assunto. O próximo encontro previsto ocorre em outubro. No entanto, parte dos conselheiros pretende solicitar que o debate seja antecipado.
Deixam a Lava Jato São Paulo:
Guilherme Rocha Göpfert: a partir de 08/09/2020
Thiago Lacerda Nobre: a partir de 08/09/2020
Paloma Alves Ramos: a partir de 11/09/2020
Janice Agostinho Barreto Ascari: a partir de 30/09/2020
Marília Soares Ferreira Iftim: a partir de 30/09/2020
Paulo Sérgio Ferreira Filho: a partir de 30/09/2020
Yuri Corrêa da Luz: a partir de 30/09/2020
A debandada da Lava Jato bandeirante foi anunciada um dia depois do coordenador da força-tarefa no Paraná, Deltan Dallagnol, declarar que estava deixando a operação. Segundo o procurador, sua saída é motivada para ter mais tempo com a família, visto que sua filha passará por tratamento médico. No lugar de Deltan assumirá Alessandro José Fernandes de Oliveira, que atualmente faz parte do grupo de trabalho da Lava Jato da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A saída dos procuradores também ocorre em meio a reveses da Lava Jato bandeirante em investigações que miram o senador José Serra (PSDB). Na semana passada, o ministro Gilmar Mendes ampliou liminar concedida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, e suspendeu a ação penal que mira o tucano por suposta lavagem de propinas pagas pela Odebrecht.
A denúncia contra o tucano havia sido aceita em julho pelo Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, uma hora depois de Toffoli suspender "toda a investigação" contra Serra. Por "cautela", o magistrado decidiu suspender a ação penal até novo entendimento do STF sobre o caso - Gilmar ampliou a medida, aplicando o entendimento que a liminar deve alcançar as investigações em vigor e também a ação penal.
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