Críticas

Deputados relembram casos de corrupção no Rio e repercutem afastamento de Witzel

Decisão manterá o chefe do estado afastado das funções por 180 dias enquanto a investigação de corrupção em contratos públicos ocorre

Fortes críticas com direito à comemorações calorosas foram tecidas por diversos deputados federais sobre o afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) no âmbito da Operação Tris in Idem. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em acolhimento ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) manterá o chefe do estado afastado das funções por 180 dias enquanto a investigação de corrupção em contratos públicos ocorre.

Representantes do Rio de Janeiro na Câmara dos Deputados usaram as redes sociais para se manifestar sobre os desdobramentos, que acarretaram, ainda, na prisão do Pastor Evaraldo, presidente do PSC. Jandira Feghali (PCdoB) mencionou pelo Twitter que a decisão que afasta o governador "acusado de comandar organização criminosa" envolve delação do ex-secretário de Saúde e indícios de uso do escritório de advocacia da primeira-dama, Helena Witzel, no esquema. "Mais uma vergonha para o nosso Estado que já esperava o desfecho do impeachment. E não adianta, Bolsonaro tentar se distanciar. A briga deles não foi por questões éticas, mas porque Witzel queria ser candidato a presidente. Eles são farinha do mesmo saco", disse.

Ao comentar junto a apoiadores o afastamento de Witzel, na manhã desta sexta-feira (28/8), Bolsonaro riu e comentou: "O Rio está pegando... Está pegando hoje, hein?". em junho, quando as investigações começaram, o mandatário já insinuava que o governador do Rio seria afastado. No discurso de afastamento, Witzel explicitou o enfrentamento direto a Bolsonaro, afirmando que a decisão do STF se trata de abuso político e uma tentativa de Bolsonaro conquistar o comando do RJ.

Forte oposição de Witzel, o deputado Marcelo Freixo (PSol) também fez questão de correlacionar a relação entre Bolsonaro e o governador, nas eleições passadas. "Witzel chegou ao poder com apoio de Bolsonaro e agora é afastado por acusações de crimes semelhantes cometidos pelos ex-governadores Cabral e Pezão. E não podemos esquecer que a família Bolsonaro apoiou os três. Esse é o esgoto político do Rio de Janeiro."

"O protofascismo que elegeu Witzel e Bolsonaro se valeu do combate à corrupção pra eleger milicianos, ladrões do dinheiro público e exploradores da fé do povo. Canalhas", seguiu na mesma linha o parlamentar David Miranda (PSol/RJ). Ele ainda retuitou uma postagem da deputada estadual da mesma legenda Renata Souza. "Enfrento Witzel, esse filhote do bolsonarismo, desde o primeiro dia do meu mandato, quando o denunciei à ONU pelo extermínio promovido nas favelas. Como é um covarde, tentou cassar meu mandato, mas nós o derrotamos. O governo desse ex-juiz ladrão metido a rambo acabou", escreveu Renata.

Quem não poupou ataques foi o parlamentar Otoni de Paula (PSC). "O CANALHA quer ficar no Palácio Laranjeiras, comendo e bebendo as custas do povo. Mas não vai mesmo! Vou protocolar um questionamento ao STJ". O parlamentar ainda marcou o acusado na publicação e disse que se ele quisesse "comer e beber as nossas custas será em Bangu 8", complexo penitenciário.

Já Luiz Lima (PSL), ironizou com um "sextou pro Witzel!". O colega de legenda, Carlos Jordy, citou pronunciamento do governador afastado, contextualizando outros nomes envolvidos em investigações. "Witzel defende Lula e sai em defesa de um dos seus maiores aliados, o Prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, preso por corrupção e que agora responde em liberdade.Imagine, você que votou nesse cara, se tivesse ideia de que ele era traste, votaria nele?", questionou.

Até Clarissa Garotinho (Pros) elogiou a atuação do STF, afirmando que a decisão "mostra que ninguém está acima da Lei, mesmo aqueles que se disfarçaram por trás de uma toga". Ela é filha do ex-governador Anthony Garotinho, parte da cúpula de representantes já envolvidos em investigações e preso algumas vezes.

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