O presidente Jair Bolsonaro afirmou durante a habitual live, nesta quinta-feira (27/8), que pessoas anistiadas "atrasam o Brasil". A declaração ocorreu após a ministra Damares Alves, da pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que também estava participando da transmissão, ser questionada sobre a análise dos requerimentos enviados para Comissão de Anistia.
Segundo a ministra, a análise dos cerca de 9 mil requerimentos "herdados" dos governos anteriores está sendo feita "conforme a lei e de forma justa". O presidente, então, aproveitou o momento para alfinetar o PT. "Eu sei como essas leis foram feitas no parlamento, na época que o PT estava à frente da presidência da República. Leis para beneficiar os seus amigos que, porventura, fossem lá pedir uma indenização", disse ele.
Damares disse, ainda, que os atuais processos exigem uma comprovação de que houve, de fato, perseguição àquela pessoa durante a ditadura militar e pontuou que anteriormente a análise era “autodeclaratória”. “E lá no meio tem uns bem complicados. Está na minha mão o caso da ex-presidente Dilma, ainda está comigo também um pedido do ex-presidente Lula, e também de algumas autoridades que estão aí hoje pedindo e nós vamos analisar”, revelou a ministra.
Tossindo, o presidente questionou o modelo adotado na Comissão de Anistia desde 2001 e, em tom de deboche, pôs em dúvida a validade das indenizações e “as causas” pelas quais lutavam os anistiados. “É uma brincadeira esse negócio. O que o cara falava passava a ser a verdade absoluta [...] então tem muita coisa errada acontecendo. Essas pessoas no passado lutavam por quem? Por qual causa eles lutavam? O que eles queriam fazer aqui no Brasil? Após este momento, Bolsonaro recomendou que os internautas buscassem sobre o passado da ex-presidente Dilma Rousseff, para descobrir o que ela “fazia” em parceira com seus antigos maridos.
Saiba Mais
“Teve gente que sofreu alguma coisa, nenhum regime é perfeito [...] o último número que eu tive acesso eram de 38 mil anistiados, é gente demais. São bilhões de reais que se gastam com essas pessoas que, com todo o respeito, não era para ter sido tratado esse assunto dessa forma [...] eu sou obrigado a cumprir a lei, tá lá na Constituição, para não entrar em curso um crime de responsabilidade, mas essas coisas atrasam o Brasil.”, concluiu o presidente.