Após reunião na tarde desta segunda-feira (17/8) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou, por meio das redes sociais, uma eventual saída do comandante da pasta.
“Chegamos juntos (Paulo Guedes) e saíremos juntos”, escreveu Bolsonaro. Havia a especulação de que Bolsonaro tirasse Guedes do governo por conta da queda de braço entre o ministro e a área desenvolvimentista que não chegaram a um consenso sobre o teto de gastos. Enquanto Guedes defende a manutenção da regra, outros setores pressionam Bolsonaro para mudanças no teto que possibilitem a utilização de mais recursos públicos para o investimento em novas obras.
A publicação é acompanhada de um vídeo, onde o presidente concede entrevista ao jornalista Leandro Magalhães, da CNN Brasil. O chefe do Executivo completou que “Paulo Guedes é aliado de primeira hora” e que “a saída de Guedes nunca foi cogitada”.
Bolsonaro reforçou ainda que a possibilidade do governo furar o teto de gastos é “zero” e que existem outras possibilidades como privatizações ou remanejamento de recursos.
“O teto está mantido. Não será sonhado em furar o teto. O governo tem prioridade na questão da responsabilidade fiscal. Vamos procurar recursos. Há várias alternativas. Privatização, possibilidade de remanejamento de recursos de fundos”, defendeu.
No entanto, Bolsonaro pediu a Guedes para buscar mais recursos para assegurar investimentos em obras e programas que o governo pretende tocar.
Em entrevista no final da noite desta segunda, Guedes disse que considera "absolutamente natural" um governo querer fazer obras públicas.
"É inteiramente natural, o presidente da República com 60 milhões de votos querer fazer uma ponte no rio Xingu. Está certo. Tem que caber isso no orçamento público. Ele quer levar água para o Nordeste. Está certo também. Mas esse recurso tem que vir de algum lugar. A escolha dessa decisão e onde sai esse recurso que é o contexto da política", explicou.
Guedes também afirmou que há confiança mútua entre ele e Bolsonaro. "Existe muita confiança do presidente em mim e existe muita confiança minha no presidente. Eu não tive ainda nenhum ato que me sugerisse que eu não devesse confiar no presidente”, declarou.
Para dar um exemplo dessa confiança, Guedes lembrou que "nos momentos decisivos, que já aconteceram duas ou três vezes" o presidente Bolsonaro apoiou a sua agenda liberal e de ajuste fiscal. "Nos momentos decisivos, ele me apoiou. Aconteceu agora, dois meses atrás. Houve o veto, porque não poderia deixar o dinheiro da crise virar aumento de salário", concluiu.