O presidente Jair Bolsonaro afirmou em live na noite desta quinta-feira (13/08) que não pode investir 100% na criação do partido “Aliança pelo Brasil”. Segundo o chefe do Executivo, ele tem mantido conversas com outros partidos e considerou retornar para a antiga sigla, o PSL.
"Eu recebi outros convites. Três partidos me convidaram para conversar. Um foi o [PTB, de] Roberto Jefferson. Tem mais dois partidos também. Já conversei com os presidentes desses dois outros partidos. Tem uma quarta hipótese, aí né, o PSL também, alguns sinalizaram. É sinalização apenas de uma reconciliação. A gente bota as condições na mesa de reconciliar, eles botam de lá para cá também", apontou.
O presidente comentou sobre a dificuldade de formar um novo partido. O Aliança ainda não conseguiu reunir as assinaturas necessárias para o registro.
"É difícil formar um partido, não é impossível, mas é difícil. Uma burocracia enorme. A pandemia atrasou. Passa na ponta da linha pelo TSE e a gente sabe como é o comportamento de alguns ministros no tocante a novos partidos. Então eu não posso investir 100% no Aliança, o que pese o esforço de muita gente pelo Brasil. Eu tenho que olhar outros partidos”, declarou.
Bolsonaro disse ainda que esperava que o partido ficasse pronto ainda este ano para concorrer às eleições municipais. "Eu não posso jogar as fichas pelo Aliança. Esperava que ia ficar pronto esse ano. Acho que vai ser difícil ficar pronto esse ano, mas não vamos desistir da ideia, não pretendemos desistir dessa ideia. Vou conversar com o pessoal do PSL, que apesar de eu ter saído, tem ali uns 43, 44 parlamentares que conversam comigo. Tem uns oito ali que não dá para conversar tendo em vista o nível para onde conduziu a política, entrando na questão pessoal, atacam pessoalmente".
Segundo o chefe do Executivo, caso fique acertado a volta ao PSL, será feita uma justificativa aos eleitores. Bolsonaro destacou também que não é possível ter um partido “nota dez”.
“Tem uns 6 ou 7 ali que é impossível conversar com esse pessoal, mas a gente está conversando com o PSL também. Se houver uma tentativa de reconciliação, tem que mostrar para quem está acreditando na gente o por que da volta, tá certo. Igual o pessoal que está na ponta da linha “ Ah, está me traindo, eu trabalhei, colhi mil, duas mil assinaturas, duzentas e agora o cara voltou pra lá”. Eu falo: se for voltar para lá tem que ter a justificativa, se for para outro partido que tem nos convidado tem que dizer o porquê de estarmos indo para lá. Não vai dar para ser um partido nota 10, não dá. Mas também não pode ser um partido nota 3, 4. Tem que ser um partido nota 8, nota 9. É o que a gente pretende fazer. Não é fácil mexer com política não. Além do Brasil para administrar, você tratar de questões partidárias onde os interesses são os mais variados possíveis”, concluiu.