Coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol pediu, ontem, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que suspenda duas ações cujo objetivo é afastá-lo da Lava-Jato. Os procedimentos estão no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), pautados para serem analisados no próximo dia 18, e a defesa solicita que não seja dado andamento até que o referido pedido seja analisado pela Corte.
Uma das ações é de autoria da senadora Kátia Abreu (PP-TO), protocolada em outubro do ano passado. Ela alega que Dallagnol teria realizado palestras como uma forma de “alavancar sua imagem pessoal” e depois “monetizar aparições públicas”. A parlamentar afirma que a representação tem como objetivo “resguardar as condições de atuação minimamente isenta do Ministério Público”.
O outro pedido, também de 2019, foi feito pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). Ele quer suspensão disciplinar de Dallagnol da Lava-Jato. Na ação, questiona mensagens publicadas pelo procurador nas redes sociais nas quais afirmou que se o parlamentar fosse eleito para a presidência do Senado, haveria dificuldade na aprovação de reforma contra corrupção.
Os advogados Alexandre Vitorino e Francisco Rezek pedem que, caso não haja suspensão, que o julgamento do processo de remoção e eventual afastamento cautelar de Dallagnol “seja submetido a quórum de deliberação de maioria absoluta e não seja realizado até que, assegurada a ampla defesa, seja produzida a prova oral já requerida pelo procurador Deltan Dallagnol a propósito dos fatos articulados na inicial do pleito de remoção”. (RS e ST)