O ministro da Saúde interino, Eduardo Pazuello, disse nesta quinta-feira (6/8) que a curva de mortes pelo novo coronavírus no Brasil, apesar estar em um patamar alto, tem se estabilizado ao longo dos últimos dias. Além disso, o general comentou que a tendência para o país é de queda nas estatísticas de óbitos em decorrência da covid-19 nas próximas semanas.
“Temos visto um descolamento entre a curva de contágio e a curva de óbitos. Embora alto, há uma estabilização na curva de óbitos nas últimas semanas, com indicativo de queda”, destacou o ministro interino, durante a assinatura da Medida Provisória (MP) que liberou um crédito extraordinário de R$ 1,9 bilhão para a aquisição e fabricação no brasil de 100 milhões de doses da vacina contra a covid-19 elaborada pela Universidade de Oxford.
Segundo Pazuello, isso pode acontecer devido ao “aprendizado” adquirido pelo Ministério da Saúde ao longo da pandemia. “Ele nos mostra que, quanto mais cedo atendermos o paciente, melhor será a sua chance de recuperação. Isso é uma mudança de protocolos. Estamos propagando dia a dia que o tratamento precoce é fundamental.”
De todo modo, ele alertou que as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul devem enfrentar um crescimento maior da doença devido ao inverno, mas garantiu que o governo estará presente nessas localidades. “Tenho trabalhado em conjunto com conselhos de secretários municipais e estaduais de Saúde para agir prontamente diante da necessidade dos gestores locais”, afirmou.
Pazuello acrescentou que “as antigas orientações de ficar em casa aguardando o agravamento dos sintomas e só procurar o médico com falta de ar, isso não funcionou”. “O que funciona é procurar o médico imediatamente. Siga o seu diagnóstico. Receba os medicamentos ou compre, tome esses medicamentos e fique bom. Ter UTIs prontas é apenas um seguro. Como se fosse um seguro de carro: não é para ser utilizado”, disse.
O ministro interino destacou melhorias nos procedimentos de testagem de pacientes, e citou que a capacidade diária de testes subiu de pouco mais de 1 mil em março para mais de 18 mil em julho. “Estão chegando novas máquinas extratoras que vão potencializar ainda mais esses resultados, que nos ajudarão a acompanhar a dinâmica da doença no país e suas características. Quero reforçar que o teste auxilia o diagnóstico do paciente. Agora, para iniciar o tratamento, o médico e absolutamente soberano para dar diagnóstico, prescrever medicamentos e fazer acompanhamento dos primeiros sintomas. Isso é fundamental”, observou.
Mais tarde, em live nas redes sociais com o presidente Jair Bolsonaro, Pazuello disse que se esse mesmo protocolo tivesse sido adotado desde o início da pandemia, o Brasil poderia ter tido menos mortos pela covid-19.
“Se nós soubéssemos disso no começo do ano, se tivéssemos todas as certezas necessárias para tomada de decisão, o Ministério da Saúde, com certeza, teria tomado essa posição. As posições dependem da curva de aprendizagem e cabe ao gestor naquele momento avaliar as ideias, tomar as decisões de mudança e implementar essas mudanças.”