A assessoria do secretário dos Transportes Metropolitanos (STM) do Estado de São Paulo, Alexandre Baldy, chamou a prisão temporária do chefe da pasta de "desnecessária e exagerada". Em nota, afirmaram que Baldy, ex-ministro das Cidades no governo do ex-presidente Michel Temer, "tem sua vida pautada pelo trabalho, correção e retidão."
"Foi desnecessário e exagerado determinar uma prisão por supostos fatos de 2013, ocorridos em Goiás, dos quais Alexandre sequer participou. Alexandre sempre esteve à disposição para esclarecer qualquer questão, jamais havendo sido questionado ou interrogado, com todos os seus bens declarados, inclusive os que são mencionados nesta situação. A medida é descabida e as providências para a sua revogação serão tomadas", afirmou.
A STM também divulgou nota sobre a prisão na qual frisa que a operação "não tem relação com a atuação gestão do governo de São Paulo". A PF esteve na pasta para cumprir mandado de busca e apreensão. Segundo a secretaria, nenhum documento ou equipamento foi levado pela Polícia Federal.
Baldy, que já foi deputado estadual e federal por Goiás, foi preso temporariamente (cuja duração é de cinco dias) no âmbito de uma investigação que é desdobramento da Lava Jato. Deflagrada pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público Federal (MPF), a Operação Dardanarios está cumprindo 11 mandados de busca e apreensão (em SP, Rio, Goiás e Distrito Federal) e seis mandados de prisão temporária - incluindo o de Baldy e o de um pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Desvio na Saúde
A investigação apura pagamento de vantagem indevida a uma organização criminosa que intermediava contratos em diversas áreas, em especial a da Saúde. Ela é um desdobramento das operações Fatura Exposta e SOS, relativas a desvios de recursos no Rio que eram repassados para a organizacao social Pro-Saude.
Por meio da colaboracao premiada de ex-diretores da OS, foi observado o pagamento de propina a agentes para que intercedessem em favor da OS em relacao aos pagamentos do contrato de gestao do Hospital de Urgencia da Regiao Sudoeste (Hurso), em Goiás. A unidade foi administrada pela pró-Saúde entre 2010 e 2017, segundo o MPF.
Conforme investigação, havia um caixa 2 na sede da OS Pró-Saúde para pagamento de valores não contabilizados, com superfaturamento de contratos que eram custeados, em sua maior parte, por repasses feitos pelo estado do Rio. De acordo com o MPF, o faturamento da OS aumentou de R$ 750 milhões para R$ 1,5 bilhão entre 2013 e 2015.
"Com o sucesso da empreitada criminosa, os agentes prosseguiram intermediando os interesses dos ex-diretores da Pro-Saude na obtencao de contratos de sua empresa recem-criada com outros orgaos da administracao publica, mediante o pagamento de um percentual a titulo de vantagens indevidas", informou o MPF. Segundo o órgão, foi identificada a existência de esquema de direcionamento de contratos também da Junta Comercial do Estado de Goias (Juceg) e da Fiocruz.