O presidente do PSL em São Paulo, deputado federal Júnior Bozzella, diz ter visto como positiva as críticas do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) à candidatura da parlamentar Joice Hasselmann à Prefeitura de SP. “Mostra que a candidatura do PSL é muito competitiva e preocupa a família Bolsonaro”, afirmou.
Neste domingo (30/8), o deputado Eduardo Bolsonaro, que já foi presidente do PSL em São Paulo, ironizou a candidatura de Joice em uma publicação no Twitter. Ela será confirmada pelo partido em convenção na próxima segunda-feira (31). “Só quero que saia candidata para ver em quem vai botar a culpa pelo seu fracasso”, escreveu.
Ao Correio, Bozzella ‘comemorou’ a crítica e rebateu: “Ninguém chuta cachorro morto”. De acordo com ele, se a candidatura dela não fosse preocupante, o deputado federal não estaria criticando.
O PSL irá lançar Joice à prefeitura em meio a um processo de reaproximação de Bolsonaro com o PSL. A parlamentar, no entanto, faz parte do grupo do PSL que rompeu com o presidente ainda no ano passado, e passou a se opor ao governo. No último dia 13, Bolsonaro falou em transmissão ao vivo que poderá voltar ao PSL, de onde saiu em novembro do ano passado. Na época, ele fundou o Aliança pelo Brasil, partido ainda em processo de formação. Até julho, a legenda havia conseguido apenas 3,2% das assinaturas necessárias.
Questionado sobre como fica a situação internamente, tendo em vista a relação de Bolsonaro com Joice, Bozzella refutou a ideia de que haverá algum problema.
“Quem falou em voltar ao PSL foi o presidente. Não foi o PSL que falou que queria que ele voltasse. A candidatura da Joice, assim como outras no país e em São Paulo, já estava pavimentada. Até porque o PSL não poderia ficar esperando o fracasso do Aliança, ou o não fracasso, para se organizar para 2020. A bola girou, as coisas andam. Eles abandonaram o PSL; eles falaram que não queriam mais o PSL."
De acordo com Bozzella, a legenda é independente, “tem luz própria, amor próprio, identidade”, e cresceu substancialmente depois da saída do presidente da República. “Partido mostrou que não depende de ter um ou outro expoente da política nacional agregado para sobreviver”, disse.
Conforme o deputado, a família Bolsonaro tentou destruir a imagem do PSL, mas não conseguiu. "Mesmo com o fogo amigo, a milícia digital, nós conseguimos pavimentar um caminho sólido para o PSL para 2020 e 2022", pontuou.
Quando a legenda estava se organizando para realizar as filiações até 4 de abril deste ano, Bozzella afirma que a “milícia digital estava com os canhões virados” para os deputados do PSL que já haviam rompido com o presidente. “Mesmo assim, conseguimos sair vitoriosos; mesmo com as ofensivas injustas, imorais, criminosas, que a milícia digital liderada pelo grupo bolsonarista fez”, disse.
Conforme Bozzella, o PSL irá avaliar quem são os melhores nomes para a disputa de 2022. Para o parlamentar, o partido não dependeu e nem depende da figura do presidente Jair Bolsonaro, uma vez que, segundo ele, a legenda cresceu após a saída do presidente. "Opções não irão faltar para 2022", afirmou.
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