Bolsonaro diz que com reajuste a servidores será impossível governar o país

Presidente espera que o veto dele ao reajuste salarial a algumas categorias do funcionalismo públicos seja mantido na Câmara

Augusto Fernandes
postado em 20/08/2020 11:56 / atualizado em 20/08/2020 19:01
 (crédito: Evaristo Sá/AFP)
(crédito: Evaristo Sá/AFP)

O presidente Jair Bolsonaro lamentou, nesta quinta-feira (20/8), que o Senado tenha decidido derrubar o veto dele ao reajuste salarial a algumas carreiras do funcionalismo público e disse que, se a Câmara seguir o entendimento, vai ser "impossível governar o Brasil".

De acordo com o presidente, a medida teria um impacto de ao menos de R$ 120 bilhões nos cofres públicos. Bolsonaro espera que a Câmara mantenha o veto porque, segundo ele, "é responsabilidade de todo mundo ajudar o Brasil a sair do buraco".

"Ontem, o Senado derrubou um veto que vai dar um prejuízo de R$ 120 bilhões para o Brasil. Então, eu não posso governar o país. Se esse veto (não) for mantido na Câmara, é impossível governar o Brasil. É impossível", ponderou o presidente, ao conversar com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada nesta manhã.

A análise do veto de Bolsonaro por parte dos deputados acontecerá nesta tarde. O plenário da Câmara votaria o assunto na sessão da noite de quarta-feira (19/8), mas o governo conseguiu construir um acordo para adiar a votação e evitar outra derrota.

O veto

A proposta de reajuste salarial a alguns setores do funcionalismo público foi incluída por deputados e senadores no projeto de socorro financeiro de R$ 60 bilhões a estados e municípios por conta da pandemia do novo coronavírus.

Pelo texto do parlamento, teriam direito ao reajuste profissionais de segurança pública, saúde, educação, militares, trabalhadores de limpeza urbana, agentes penitenciários, assistentes sociais e trabalhadores de serviços funerários. Para isso, contudo, eles precisariam ter atuado de alguma forma no combate à crise sanitária da covid-19.

Pela forma como foi aprovada no Congresso Nacional, a proposta de socorro a estados e municípios reduziu de R$ 130 bilhões para R$ 43 bilhões a estimativa de economia por parte do governo com o congelamento da remuneração do funcionalismo público até dezembro do ano que vem.

O texto foi sancionado por Bolsonaro em maio, mas ao publicar a lei no Diário Oficial da União, o presidente vetou os reajustes para todas as categorias até o fim de 2021 e ainda congelou as recomposições. Durante a tramitação da proposta no parlamento, o presidente chegou a dar aval para que as corporações policiais fossem poupadas do congelamento, mas voltou atrás por pressão do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Caso o veto seja derrubado também na Câmara, o dinheiro que foi destinado pela União para o combate à pandemia será utilizado para custear os reajustes dos servidores. Logo após a derrubada do veto no Senado, Guedes criticou a decisão e disse que os senadores cometeram um crime contra o país. 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação