Em pronunciamento no fim da tarde desta quarta-feira (12/08) no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o teto de gastos. Segundo Bolsonaro, o Brasil "está indo bem" e a economia, "reagindo".
“Fizemos uma reunião em que as principais lideranças do Executivo e Legislativo se fizeram presentes. Lamento a falta do chefe do Supremo, por questões que justificam (está internado). E nós, em que pese o problema da pandemia, o Brasil está indo bem, a economia está reagindo e nós aqui resolvemos com essa reunião direcionar as nossas forças para o bem comum daquilo que todos nós defendemos”, apontou.
Bolsonaro acenou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, em um discurso sobre a responsabilidade fiscal.
"Nós queremos o progresso, o desenvolvimento e o bem-estar do nosso povo. Nós respeitamos o teto dos gastos. Queremos a responsabilidade fiscal. E o Brasil tem como realmente ser um daqueles países que melhor reagirá à questão da crise", declarou.
O presidente esteve reunido com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), além do ministro da Economia, Paulo Guedes; o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas; o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho; o líder do Governo no Congresso Nacional, o senador Eduardo Gomes; o líder do Governo na Câmara dos Deputados, o deputado Vitor Hugo; o líder do Progressista na Câmara dos Deputados, o deputado Arthur Lira e o vice-líder do governo no Congresso Nacional, deputado Ricardo Barros.
Segundo Bolsonaro, foram tratados "assuntos variados", como privatizações e outras reformas, como a administrativa. “Nós nos empenharemos, mesmo no ano eleitoral, juntos, para buscar soluções, destravar a nossa economia e colocar o Brasil no local que ele sempre mereceu estar”, concluiu.
Mais cedo, nas redes sociais, após a debandada no ministério da Economia, ocorrida na terça-feira (11/8) após os secretários especiais Salim Mattar (Desestatização e Privatização) e Paulo Uebel (Desburocratização, Gestão e Governo Digital) deixarem a pasta, Bolsonaro utilizou tentou diminuir o impacto das saídas. Ele defendeu a privatização de "empresas deficitárias" e afirmou que o país está "inchado".
"Os desafios burocráticos do Estado brasileiro são enormes e o tempo corre ao lado dos sindicatos e do corporativismo e partidos de esquerda. O estado está inchado e deve se desfazer de suas empresas deficitárias, bem como daquelas que podem ser melhor administradas pela iniciativa privada", escreveu o presidente.
Guedes reclamou de alguns setores do governo que pressionam Bolsonaro para mudanças no teto de gastos que possibilitem a utilização de mais recursos públicos para o investimento em novas obras. Maia já afirmou publicamente ser contra qualquer iniciativa que permitam um gasto desenfreado dos recursos da União por parte do governo federal.
Bolsonaro também justificou que não é possível atender a todos os ministros que pedem mais recursos para investimentos e fez um aceno ao ministro da Economia, Paulo Guedes ao defender o teto de gastos. “Num orçamento cada vez mais curto é normal os ministros buscarem recursos para obras essenciais. Contudo, nosso norte continua sendo a responsabilidade fiscal e o teto de gastos”.
Na tentativa de minimizar a saída dos auxiliares da Economia, o mandatário apontou que “em todo o governo, pelo elevado nível de competência de seus quadros, é normal a saída de alguns para algo que melhor atenda suas justas ambições pessoais. Todos os que nos deixam, voluntariamente, vão para uma outra atividade muito melhor”.
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