O presidente Jair Bolsonaro é um "homem de maus modos, mas de bons princípios", que não foi eleito pela aliança com o ex-juiz Sergio Moro. Foi assim que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tentou rebater as críticas internacionais ao governo de Jair Bolsonaro em evento promovido pelo Aspen Institute nesta quinta-feira (06/08).
Questionado sobre a situação político econômica brasileira durante a pandemia do novo coronavírus, Guedes garantiu aos interlocutores norte-americanos do Aspen Institute que o "Brasil vai sair dessa crise antes de vocês" e que "gosta da democracia", apesar do que os "perdedores da última eleição dizem".
Para o ministro, a questão é que o Brasil vive uma "democracia vibrante e barulhenta". Por isso, ele pediu que os participantes do evento fossem gentis e deixassem de lado todos os pré-julgamentos em relação a Jair Bolsonaro. "O presidente é um homem de maus modos, mas de bons princípios", alegou.
Guedes, contudo, mostrou-se incomodado com os questionamentos à crise política observada após a saída de Sergio Moro do governo. Guedes alegou que Bolsonaro e Moro tiveram um "problema de interpretação", assim como ocorreu entre o presidente e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. "Mas quem teve os votos? Ministros como eu e o Moro somos substituíveis", retrucou.
O ministro da Economia ainda garantiu que a saída de Moro não atrapalhou o combate à corrupção, nem o governo de Jair Bolsonaro. Para ele, Bolsonaro também trabalha contra a corrupção e não foi eleito por causa de Moro, já que o ex-juiz só anunciou a entrada no governo após o segundo turno das eleições. "Não se pode falar que Bolsonaro foi eleito por causa do Moro, não teve esse efeito. Foi eleito por ele mesmo", frisou.
Guedes ainda disse que a corrupção já está diminuindo no Brasil. Mas destacou que esse problema só vai desaparecer quando o Brasil alterar o modelo econômico estatizante que vigorou nos últimos anos - modelo que segundo o ministro, está sendo combatido pelo governo Bolsonaro por meio do programa de privatizações e concessões.
Economia
Paulo Guedes tentou justificar o posicionamento adotado pelo presidente Bolsonaro no enfrentamento à covid-19 dizendo que as pessoas estão preocupadas com o risco sanitário, mas também com o choque econômico causado pela pandemia no Brasil.
Ele assegurou, por sua vez, que o Brasil tem conseguido lidar com a crise econômica graças às políticas de transferência de renda e preservação ao emprego, às exportações para a Ásia e ao retorno do debate legislativo sobre reformas e marcos reguladores.
Ele disse até que, diferente dos Estados Unidos que fecharam 30 milhões de empregos, o Brasil perdeu 1,1 milhão de postos de trabalho e preservou outros 11 milhões. E alfinetou os americanos dizendo que os Estados Unidos reduziram as importações brasileiras na pandemia, mas a China não. Por isso, garantiu que o Brasil não foi afetado pelo choque externo da pandemia.
Guedes garantiu aos americanos, então, que "nós vamos sair dessa antes de vocês, rapazes". "O choque foi muito menor do que as pessoas pensam. Nós vamos ser uma das primeiras economias a se recuperar", garantiu.
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