Os desafios da educação básica do próximo ano letivo no Distrito Federal são encarados com otimismo pelo Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe/DF). A entidade está empenhada em auxiliar as instituições particulares de ensino a encontrar as melhores práticas para superar o déficit no aprendizado dos alunos, bem como colaborar em aspectos sociais e emocionais.
"A expectativa para 2023 é que tenhamos uma retomada com otimismo, de recuperação dos alunos que tiveram não só déficit de aprendizagem, mas também prejuízos em aspectos socioemocionais. Por isso, a importância de um olhar individualizado com objetivo de identificar demandas de cada aluno." Ana Elisa Dumont, presidente do Sinepe/DF.
“Já que este é um ano de ensino presencial, esperamos que em 2023 possamos viabilizar auxílio mais efetivo e possibilidades para esses alunos, mostrando que a educação privada do DF tem qualidade e é reconhecida por isso. A diversidade de propostas pedagógicas nas escolas privadas possibilita às famílias a escolha de acordo com seus valores, princípios e prioridades para ensino e aprendizagem dos filhos.”, comenta.
O Sindicato tem uma agenda constante de estímulo ao desenvolvimento de ensino de qualidade no Distrito Federal desde a criação há 53 anos. As instituições privadas de ensino básico filiadas contam com uma equipe que busca o que há de mais inovador no mercado educacional para atualizar os gestores em relação à legislação e, também, capacitar os profissionais para superar os desafios do dia a dia.
Ana Elisa explica o papel do Sindicato. "Além de ser uma entidade representativa, é um local onde as escolas encontram amparo para consultorias legislativas, trabalhistas e financeiras, com capacitação para que as equipes estejam atualizadas".
A presidente da entidade defende que a escola é um espaço para além da educação - no sentido de desenvolvimento cognitivo, de aprendizagem de conteúdo visto que envolve relações, diversidade e momentos que possibilitam aos alunos o desenvolvimento tríplice: cognitivo, socioemocional e motor.
“Nos espaços para aprendizagem, há ganhos no desenvolvimento integral dos alunos por possibilitar experiências, vivências que tornam o aprendizado e o desenvolvimento de forma significativa”, diz.
Segundo a presidente, diferente de demais setores, a escola privada precisa determinar o valor das mensalidades para o ano letivo seguinte entre agosto e setembro do ano anterior e, depois desse período, não pode haver reajustes nem mudanças. O preço da mensalidade precisa ser mantido. Por isso, é necessário que as escolas particulares tenham planejamento estratégico com planilhas de custos.
Um ponto que chama muita atenção está relacionado às dificuldades das instituições com a inadimplência. Ana Elisa explica que se faz uma previsão contando com aquele valor e, muitas vezes, em algumas escolas, esse fato ocorre entre 20% e 40% durante o ano letivo, o que exige estratégias para lidar com as adversidades.
“É preciso lidar com os aspectos financeiros, pois há salários, encargos sociais e impostos a serem pagos mensalmente e sujeitos a multas em caso de atraso. Por isso, é importante a previsão, que envolve estar atualizado com o que acontece no mundo, no DF, no Brasil como um todo e não somente centrado na escola. É necessário considerar o panorama geral para prever cenários e trazer equilíbrio”, reforça.
Como parte da agenda, todos os anos, o Sinepe/DF promove seminários para auxiliar os gestores educacionais a projetar e programar suas instituições para os próximos anos letivos, especialmente envolvendo gestão administrativa, financeira e pedagógica. Os encontros, após o período de pandemia, passaram a ser pautados na necessidade de abordar temas voltados às questões emocionais, como ansiedades e necessidades da sociedade, dos alunos e do corpo docente.
A última edição, que ocorreu em agosto, contou com a participação de Rossandro Klinjey, psicólogo e especialista em educação e desenvolvimento humano; Alex Monteiro, empresário, especialista em conteúdo digital e em gerenciamento de carreira; e Alexandre Schwartsman, doutor em economia e especialista em assuntos macroeconômicos, com o objetivo de trazer o cenário econômico no mundo e na internet.
“Trabalhamos ainda, no decorrer do evento, com direcionamento de Rossandro, na parte emocional, tanto da equipe quanto dos funcionários, famílias e alunos, que precisam ser cuidados pela escola”, relembra Ana Elisa.
Selo Escola Legal
O Sinepe/DF está muito próximo da comunidade do DF. Isso porque, de acordo com a entidade, a instituição é responsável por promover ações em prol de um ensino voltado para socialização do saber, a construção de valores éticos e a afirmação da cidadania plena.
A partir desses princípios, surgiu, em 2012, o Selo Escola Legal, que reconhece as escolas que cumprem seu papel, que são legalizadas, atendem às legislações e estão credenciadas, o que garante às famílias segurança quanto a currículo, formação dos profissionais, bem como estrutura física, uma vez que, para ser credenciada, é necessária a aprovação de diversos órgãos, como bombeiros, defesa civil, Secretaria de Educação.
“Criamos o Selo Escola Legal com o objetivo de mostrar as escolas que têm autorização para funcionamento. É uma segurança aos alunos e às famílias não só no aspecto curricular, nas aulas ministradas, na formação dos profissionais, na segurança da estrutura física, bem como no comprimento da legislação pertinente à Educação Básica, estabelecida pelos órgãos responsáveis. Ser uma escola credenciada, uma escola com Selo Escola Legal, significa que ela está preparada para atuar em momentos de emergência, por exemplo.
Ela alerta para a importância de as famílias procurarem o Selo Escola Legal na instituição em que pretendem matricular seus filhos. Essa é uma garantia de confiabilidade em um mundo de incertezas.
“Não basta ter um CNPJ. É necessário autorização de várias entidades reguladoras, como a Secretaria de Educação, bombeiros, defesa civil, vigilância sanitária, entre outros aspectos. E como se consegue confirmar isso? Pelo site do Sinepe, é possível encontrar as escolas credenciadas por Região Administrativa (RA), ou ainda pelo site da Secretaria de Educação”, aconselha.
Para obter a certificação concedida pelo Sinepe/DF, é preciso que a escola seja credenciada pela Secretaria de Educação. E isso é possível se tiver as autorizações para funcionamento e for filiada ao Sindicato. A partir de então, a entidade passa a acompanhar a escola oferecendo apoio e suporte para que continue sendo legalizada e tenha uma estrutura adequada para o ensino.
“Anualmente verificamos se está tudo correto quanto ao credenciamento e às questões legais, e renovamos o Selo Escola Legal. Todas as escolas filiadas - cerca de 200 instituições de ensino - estão dentro da norma e contam com o Selo, requisito obrigatório para a filiação”, ressalta Ana Elisa.