A corrida pela vacinação fez com que o Distrito Federal se tornasse um dos pontos de referência na imunização do país. A Secretaria de Saúde (SES-DF) informou que “espera concluir até meados de setembro a vacinação da primeira dose de toda a população do DF”. A vacinação em massa continua sendo a principal estratégia contra a pandemia da covid-19 e o final de semana na capital foi marcado pelo mutirão da segunda dose da vacina.
Segundo dados da saúde, nos últimos dois dias 1.524 pessoas tomaram a primeira dose (D1) do imunizante e 6.634 receberam a segunda (D2). Um reflexo do mutirão do governo que teve como objetivo intensificar que mais moradores de Brasília completem o esquema vacinal, fazendo até uma chamada para o adiantamento da segunda dose para pessoas que tomaram a Astrazeneca como D1 e estão com a D2 marcadas para até o dia 31 de agosto.
Neste domingo (22/8), o Distrito Federal alcançou 100% da população com 70 anos ou mais com o ciclo de imunização completa: primeira e segunda dose recebidas, ultrapassando a previsão feita pela pasta da saúde da capital, a informação é da SES-DF.
Destaque nacional
Com mutirões e esforços dos profissionais da área da saúde, após uma semana marcada por recordes de vacinações diárias, a capital se destacou e alcançou a segunda colocação no ranking nacional de imunização, ficando atrás apenas do estado de São Paulo. Tal feito foi conquistado graças à combinação da chegada de vacinas e da agilidade da Secretaria de Saúde em organizar os procedimentos.
Segundo a SES, “o DF aumentou o número de vacinados com o recebimento de doses a mais do Ministério da Saúde, antes defasadas. A organização de mutirões de vacinação também colaborou, bem como a vontade e empenho da população em se vacinar, principalmente o público jovem”.
Até esta segunda-feira (23/8), 63,48% da população acima de 18 anos já havia tomado ao menos a primeira dose do imunizante e 24,55% do público geral já havia completado o esquema vacinal (ou com a vacina de dose única ou com as duas doses dos outros imunizantes).
Recebimento de novas doses
Neste domingo (22/8), a capital recebeu mais 19,3 mil doses da vacina CoronaVac e mais 22.230 doses da Pfizer. Os imunizantes serão divididos entre a primeira e segunda dose. Nesta segunda-feira (23/8) a previsão é de que ainda cheguem mais 47 mil doses da AstraZeneca para aplicação de D2.
Após o mutirão da D2, a vacinação de toda a população já convocada anteriormente volta nesta terça-feira (24/8) e vale ressaltar que a o público em geral não precisa de agendamento, basta comparecer com o documento oficial com foto em algum dos pontos de vacinação listados no site da SES-DF.
Para esta semana, a previsão é de que se intensifique a vacinação com a ampliação para o grupo de adolescentes com 17 anos. No sábado, a ansiedade para receber a vacina era tão grande que o estudante do terceiro ano do ensino médio, Guilherme Xavier, de 17 anos, foi até o ponto de vacinação localizado no parque da cidade com o pai, Anilson Xavier, de 48 anos, tentar tomar sua primeira dose. “Eu realmente estou ansioso e esperando a minha vez de me vacinar então resolvemos vir hoje aqui tentar a vacina, eu até que consegui me adaptar às novas condições impostas pela pandemia mas muitos colegas não conseguiram, as vezes é difícil estudar online e não encontrar os amigos, então eu gostaria que as coisas voltassem ao normal o quanto antes”, conta o jovem morador do Guará.
Próximos passos
A Secretaria de Saúde informou em nota que para a ampliação da imunização dos jovens entre 12 e 17 anos aguarda remessas da vacina da Pfizer. “Esse público não pode tomar a vacina da CoronaVac. O Governador falou sobre isso durante sua agenda em Vicente Pires, na última sexta-feira (20/8). A vacinação com a xepa para adolescentes de 12 a 17 anos continua nos postos, com as doses remanescentes da Pfizer”, informou a pasta que já havia explicado anteriormente o motivo da seleção específica do imunizante. “A secretaria ressalta que somente poderá ser aplicada nesse grupo a vacina da Pfizer-BioNTech, tendo em vista que é a única no momento que possui autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicada nessa faixa etária”.
Os adolescentes com comorbidade continuam sendo encorajados pelo governo a ficar atentos ao site da SES-DF e se cadastrarem para a vacinação quando abrirem as vagas. Segundo dados da saúde, até momento, “pelo site https://vacina.saude.df.gov.br/, foram cadastrados 9.160 adolescentes com comorbidades, deficiências ou síndromes. Desse total, 7.344 agendaram atendimento e apenas 4.445 se vacinaram. O governo tem aberto vagas e segue recomendando a todos irem se vacinar. As informações e o cadastro são feitos no site”, informou a secretaria.
A importância da segunda dose
Para uma imunização considerada mais segura pelas autoridades de saúde, ou seja, com um maior percentual de proteção do corpo à doença que pode ser exposta, as vacinas da Astrazeneca, Pfizer e CoronaVac são compostas por duas doses. A Organização Mundial da Saúde alerta para a importância de “tomar a segunda dose se a vacina precisar de duas doses”.
De acordo com a organização, “para vacinas que requerem duas doses, a primeira dose apresenta antígenos – proteínas que estimulam a produção de anticorpos – ao sistema imunológico pela primeira vez. Os cientistas chamam isso de priming a resposta imune. A segunda dose age como um impulsionador, garantindo que o sistema imunológico desenvolva uma resposta de memória para combater o vírus se encontrá-lo novamente”.
Desta forma é importante ficar atento a data marcada para o retorno aos postos de saúde. “Os ensaios clínicos disponíveis mostraram que as vacinas covid-19 são seguras e altamente eficazes na prevenção de doenças graves”, afirma a organização internacional.
Manter os cuidados ainda é necessário
Apesar do avanço da imunização da população do Distrito Federal, profissionais e organizações de saúde advertem a respeito da importância de continuar mantendo os cuidados de saúde e higiene contra a covid-19.
O perigo de novas variantes, principalmente os da variante Delta, ainda é amplamente discutido pela comunidade científica que ainda estuda seus efeitos. No entanto, em estudos recentes para garantir a eficácia das vacinas, foi constatado a eficácia das vacinas atuais em relação a elas. “As vacinas aprovadas - sejam elas aprovadas pela OMS ou aprovadas por agências regulatórias nacionais estritas - mostraram oferecer excelente proteção [contra doenças graves e hospitalização] contra a variante Delta, bem como contra outras variantes preocupantes”, informa a Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), uma autarquia da OMS, em seu quadro de perguntas frequentes sobre as vacinas contra a covid-19.
Desta forma, vale lembrar a importância do uso de máscaras, a higienização constante das mãos com água e sabão, ou com álcool em gel, e a vacinação completa para que o número de casos da doença continue diminuindo.